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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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OLIMPÍADA

Paulistanos estimam custos para os Jogos em US$ 12,4 bi, e cariocas falam em aproveitar instalações de 2007

Rio-12 aposta em Pan, SP-12, em megaobra

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Rio e São Paulo entregaram ontem ao Comitê Olímpico Brasileiro seus dossiês de candidatura a sede dos Jogos de 2012.
Os cariocas apostam na estrutura que será criada para receber o Pan-Americano de 2007 como base para a Olimpíada. Estão sendo investidos para o Pan US$ 350 milhões, mesmo montante que a prefeitura disponibilizará na primeira fase do projeto olímpico.
Além da estrutura para 2007, César Maia, prefeito do Rio, cita a beleza natural da cidade e o fato de ter abrigado grandes eventos internacionais, como a Rio-92, como trunfos dos cariocas.
Os paulistas, por sua vez, caso sejam escolhidos, avisam que pretendem gastar US$ 12,4 bilhões e, com isso, mudar radicalmente a cara da cidade.
Seriam gastos US$ 10 bilhões para, entre outras ações, despoluir os rios Tietê e Pinheiros, construir duas novas linhas de metrô e 25 estações, 300 km de ciclovias e trem expresso para ligar o centro ao aeroporto de Cumbica.
Outros US$ 2,4 bilhões seriam utilizados com os Jogos, incluindo a construção das vilas olímpica, de mídia e de árbitros, de ginásios e outras instalações, além da reforma de 25 já existentes.
Os custos operacionais seriam de US$ 1,8 bilhão, e o valor que seria gasto diretamente com os ginásios e instalações esportivas é de US$ 648 milhões.
Tanto São Paulo quanto Rio contam com a participação da iniciativa privada para arrecadar fundos para os Jogos. O governo federal e o estadual -em caso de vitória de São Paulo ou do Rio- também ajudariam as prefeituras a organizar o evento.
Ontem mesmo Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, comemorou o fato de ter recebido uma carta de garantia política e financeira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apóia a intenção das cidades de se candidatarem.
Mas a própria secretária municipal de Esporte de São Paulo, Nádia Campeão, reconhecia que não sabe ainda com quanto dinheiro do governo federal poderia contar. "Não saberemos até a escolha do COB entre Rio e São Paulo de quanto poderemos dispor do governo federal. Teremos esse dado somente no segundo semestre."
"No que tange à prefeitura, as obras que teriam de ser feitas de julho de 2005 a janeiro de 2012 representariam anualmente 1,5% do orçamento da cidade", calcula Campeão. O orçamento de São Paulo é de cerca de R$ 10 bilhões.
O COB definirá o representante brasileiro na disputa para organizar os Jogos Olímpicos de 2012 no dia 7 de julho.
Hoje será anunciada a composição do Comitê de Avaliação das candidaturas do COB, que será responsável pelo relatório que serve de parâmetro para a escolha. O comitê visitará São Paulo de 20 a 23 de maio e o Rio de 27 a 30 do mesmo mês.
A cidade que for indicada pelo COB -além dos membros do Comitê Executivo da entidade, votam os presidentes de confederações- deve concorrer com Leipzig, Nova York, Madri, Moscou, Paris, Londres e Istambul.
A vencedora será anunciada pelo Comitê Olímpico Internacional em julho de 2005.


Colaboraram João Carlos Assumpção, da Reportagem Local, e Ricardo Westin, da Sucursal do Rio


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