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FUTEBOL
Investigação, que aponta indícios de lavagem de dinheiro internacional, agora vai ao Ministério Público Federal
Promotoria vê elo entre MSI e Berezovski
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O Ministério Público de São
Paulo concluiu que Boris Berezovski e Badri Patarkatsishvili
participam dos investimentos da
MSI, parceira do Corinthians.
Em seu relatório, divulgado ontem e que irá para o Ministério
Público Federal, o órgão diz haver
indícios de que a parceria é usada
para lavar dinheiro, principalmente de Berezovski.
O magnata russo foi condenado
a 20 anos de prisão por diversos
crimes em seu país, inclusive relacionados à máfia russa. Hoje é
exilado político na Inglaterra. O
georgiano Badri também é acusado de diversos crimes, como lavagem de dinheiro.
O caso foi enviado para outra
esfera porque os delitos apontados -lavagem internacional de
dinheiro e crime contra o sistema
financeiro brasileiro- são de
competência da Justiça Federal.
"Acredito que já existam, na investigação, elementos para o oferecimento da denúncia", declarou o promotor José Reinaldo
Guimarães Carneiro, a respeito
do início de uma ação criminal.
Kia Joorabchian desdenhou do
relatório, alegando que os promotores não têm poder para comandar investigações criminais e que
ignoraram algumas provas que
diz ter apresentado -como entrada das remessas no Brasil,
aprovadas pelo Banco Central.
O iraniano, que ontem defendeu Berezovski, a quem qualificou de "um investidor respeitável" disse ter telefonado para o
russo anteontem, solicitando sua
entrada na parceria, mas que ele
não aceitou. "Eu estou feliz que
em três meses não apareceram
provas de que fizemos algo errado", disse o iraniano.
Carneiro disse que a investigação concluiu que tanto Kia quanto a cúpula corintiana têm conhecimento das condenações criminais e do envolvimento de Berezovski no negócio.
Entretanto, afirmou não haver
prova de transferências bancárias
entre o russo e a parceria. "Estamos combatendo a máfia russa. O
dinheiro [de Berezovski] foi levado para a Inglaterra, Israel, Rússia
e passou por paraísos fiscais", declarou Carneiro.
Roberto Porto, o outro promotor que trabalhou na investigação,
disse que a movimentação dos recursos é feita "dentro de um esquema muito profissional, que
impõe várias barreiras à origem
dos recursos".
Ele afirmou também que nunca
havia visto um esquema "em cascata" de "offshores" como o empregado no caso. A MSI brasileira
é de três empresas sediadas nas
Ilhas Virgens Britânicas -Devetia, MSI e Just Sports. Segundo
Kia, essas companhias são de outras empresas, mas o iraniano não
revelou o nome dos investidores
por trás delas. Apenas afirmou
que tem participação na Just
Sports, sem precisar seu quinhão.
Os principais indícios de lavagem de dinheiro, segundo os promotores, foram comprovados pelos testemunhos colhidos na investigação. Um deles é a gravação
de uma reunião entre Alberto
Dualib, presidente corintiano, e o
conselho de orientação do clube,
na qual o dirigente afirma que Berezovski participa da parceria. Em
seu depoimento negou isso.
O Banco Central também receberá o relatório da investigação.
Colaborou Eduardo Arruda,
da Reportagem local
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