São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007

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Corinthians gasta mais em quase tudo

Nem saída de estrelas do clube impede aumento do déficit no futebol, problema que se repete no departamento social

Balanço de 2006 registra o crescimento de gastos com salários de jogadores, mas também mostra que rendas devem aumentar neste ano

DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL

Para ultrapassar a barreira dos R$ 100 milhões em dívidas, a diretoria do Corinthians aumentou os gastos em quase todos os setores.
No futebol, a política de continuar a agir como se o clube ainda contasse com o dinheiro de Kia Joorabchian gerou um déficit de R$ 17,9 milhões. Em 2005, o rombo fora cerca de R$ 2 milhões mais baixo.
A diferença é que em 2005 a MSI ainda cumpria com suas obrigações contratuais. No segundo semestre de 2006, porém, Kia fechou a mão.
Mas o atrito com o iraniano não fez Alberto Dualib desistir de contratar profissionais caros, como Emerson Leão, dono de um salário de R$ 500 mil.
Tanto que está registrado no passivo que o clube terá de pagar em torno de R$ 11,2 milhões em direitos de imagem em 2007. Esse valor é mais do que o dobro do que foi gasto com este item no ano passado.
"Pela nova legislação, contabilizamos os salários a serem pagos neste ano como dívida", explica o vice-presidente de finanças, Emerson Piovezan.
Na atual temporada, também aumentaram as despesas do clube com obrigações e encargos sociais. Em 2007, o clube alvinegro tem compromissos a pagar de R$ 15,4 milhões, contra R$ 8,6 milhões de 2006.
O problema é que, desde meados do ano passado, a MSI cortou a verba. Forneceu menos de um terço dos R$ 30 milhões dados em 2005.
Sem dinheiro para honrar os contratos com os atletas, a diretoria abusou da prática de tomar emprestado. O clube deve R$ 15 milhões em empréstimos, o triplo de um ano antes.
No montante, estão incluídos valores tomados a bancos e antecipações de cotas de TV, feitas na Federação Paulista de Futebol e no Clube dos 13.
Apesar da crise com a MSI, os dados do balanço mostram que os dirigentes também não se esforçaram para economizar na área social. O déficit desse departamento, incluindo os esportes amadores, foi de R$ 6,5 milhões, contra R$ 1,09 milhão do exercício de 2005.
Chama a atenção o item que é o principal responsável por esse gasto: despesas gerais e administrativas. Esse lançamento registrou despesa de R$ 12,04 milhões. É o triplo do que foi gasto no ano anterior.
A diretoria reconhece que houve crescimento em alguns dos gastos do Corinthians.
"Essa [dívida] é fruto dos empréstimos, que incluem antecipações de cotas, e das folhas de pagamento do futebol. O clube aumentou bastante o valor pago por meio de direito de imagem, como o salário do Leão", conta Piovezan.
O dirigente aponta uma melhoria nas receitas porque o clube contabilizou que tem R$ 44 milhões a receber neste ano, entre patrocínios e televisão. É duas vezes mais do que em 2006. "Aumentaram as cotas de patrocínio e de TV."
Ainda assim, o clube admite gastar pelo menos R$ 300 mil/ mês com um novo técnico. O preferido é Abel Braga. (RP E RM)


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