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Corinthians gasta mais em quase tudo
Nem saída de estrelas do clube impede aumento do déficit no futebol, problema que se repete no departamento social
Balanço de 2006 registra o crescimento de gastos com salários de jogadores, mas também mostra que rendas devem aumentar neste ano
DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL
Para ultrapassar a barreira
dos R$ 100 milhões em dívidas,
a diretoria do Corinthians aumentou os gastos em quase todos os setores.
No futebol, a política de continuar a agir como se o clube
ainda contasse com o dinheiro
de Kia Joorabchian gerou um
déficit de R$ 17,9 milhões. Em
2005, o rombo fora cerca de R$
2 milhões mais baixo.
A diferença é que em 2005 a
MSI ainda cumpria com suas
obrigações contratuais. No segundo semestre de 2006, porém, Kia fechou a mão.
Mas o atrito com o iraniano
não fez Alberto Dualib desistir
de contratar profissionais caros, como Emerson Leão, dono
de um salário de R$ 500 mil.
Tanto que está registrado no
passivo que o clube terá de pagar em torno de R$ 11,2 milhões
em direitos de imagem em
2007. Esse valor é mais do que
o dobro do que foi gasto com este item no ano passado.
"Pela nova legislação, contabilizamos os salários a serem
pagos neste ano como dívida",
explica o vice-presidente de finanças, Emerson Piovezan.
Na atual temporada, também
aumentaram as despesas do
clube com obrigações e encargos sociais. Em 2007, o clube
alvinegro tem compromissos a
pagar de R$ 15,4 milhões, contra R$ 8,6 milhões de 2006.
O problema é que, desde
meados do ano passado, a MSI
cortou a verba. Forneceu menos de um terço dos R$ 30 milhões dados em 2005.
Sem dinheiro para honrar os
contratos com os atletas, a diretoria abusou da prática de tomar emprestado. O clube deve
R$ 15 milhões em empréstimos, o triplo de um ano antes.
No montante, estão incluídos valores tomados a bancos e
antecipações de cotas de TV,
feitas na Federação Paulista de
Futebol e no Clube dos 13.
Apesar da crise com a MSI, os
dados do balanço mostram que
os dirigentes também não se
esforçaram para economizar
na área social. O déficit desse
departamento, incluindo os esportes amadores, foi de R$ 6,5
milhões, contra R$ 1,09 milhão
do exercício de 2005.
Chama a atenção o item que é
o principal responsável por esse gasto: despesas gerais e administrativas. Esse lançamento
registrou despesa de R$ 12,04
milhões. É o triplo do que foi
gasto no ano anterior.
A diretoria reconhece que
houve crescimento em alguns
dos gastos do Corinthians.
"Essa [dívida] é fruto dos empréstimos, que incluem antecipações de cotas, e das folhas de
pagamento do futebol. O clube
aumentou bastante o valor pago por meio de direito de imagem, como o salário do Leão",
conta Piovezan.
O dirigente aponta uma melhoria nas receitas porque o
clube contabilizou que tem R$
44 milhões a receber neste ano,
entre patrocínios e televisão. É
duas vezes mais do que em
2006. "Aumentaram as cotas
de patrocínio e de TV."
Ainda assim, o clube admite
gastar pelo menos R$ 300 mil/
mês com um novo técnico. O
preferido é Abel Braga.
(RP E RM)
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