São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007

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JUCA KFOURI

É hora de ver bom futebol


Oito gols num jogo só na Taça Rio e mais oito em outro na Copa dos Campeões da Europa. Queremos mais


O FUTEBOL está em alta.
As emoções dos oito gols no clássico entre Botafogo e Vasco parecem contaminar o ambiente das decisões estaduais.
Somadas aos mais oito da goleada do Manchester United sobre a Roma, e o clima está criado.
Sim, porque modernismos à parte, futebol ainda é bola na rede.
Alguém poderá objetar que a goleada inglesa faz a competição perder a graça e que os gols do Maracanã nasceram de uma sucessão de, no mínimo, sete erros.
E, de fato, é verdade.
O primeiro gol vascaíno nasceu de uma aliviada maluca do zagueiro Juninho; o segundo, de uma bobeada de Túlio na saída de bola ou de falta de Morais nele; o terceiro, de duas divididas com pé mole da zaga botafoguense, e o quarto, de uma cabeçada sem marcação. Como dois dos quatro gols alvinegros também foram de cabeçadas solitárias e um fruto de frango do goleiro Cássio.
Mas o que seria dos gols se falhas não acontecessem?
Não valeria mais a habilidade de cada um dos autores dos gols?
Neste mundo em que prevalecem os esquemas (a referência, aqui, é aos táticos...), as estratégias dos técnicos, dá gosto ver que o velho futebol ainda mantém o romantismo que nos faz amá-lo.
Daí a gostosa expectativa diante de uma final paulista entre os dois melhores times do país, Santos e São Paulo, ou entre os aparentemente renascidos Botafogo e Flamengo, no Rio de Janeiro.
Ou ainda entre Cruzeiro e Galo.
Isso tudo, é claro, se não vingar o espírito secador de nosso Xico Sá, louquinho para ver prevalecer o Bragantino, o São Caetano, a Cabofriense, além de Democrata e Tupi.
Porque secar também vale, e não são poucos os que torcerão pelo Ipatinga diante do Sport do Xico, pela Copa do Brasil, por exemplo...
Ou pelo Náutico diante do bagunçado Corinthians.
Mas tudo indica que viveremos jornadas de Morumbi, Maracanã e Mineirão lotados, assim como o Olímpico e o Beira-Rio, mas estes por motivos ainda maiores, as ameaçadas vagas nas oitavas-de-final da Libertadores, embora, aí, bom futebol seja artigo raro.
Duas observações finais, ainda sobre a emocionante noite vivida pelo Maracanã: jamais um gol custou tão caro a um clube como está custando o tal milésimo de Romário e sua panturrilha quarentona. Sorte do Gama e do Botafogo; e 21 minutos entre o fim do jogo e o início da decisão por pênaltis é um absurdo digno de entrar para o livro dos recordes, a exemplo dos três gols fulminantes do começo do jogão.

Arapuca
Não é tão simples como quer fazer supor o deputado estadual Vicente Cândido, do PT, a entrada de Boris Berozovski no Brasil. Por mais que o governo autorize sua entrada, cabe ao Supremo Tribunal Federal decidir sobre o pedido de prisão, e de extradição, que pesa contra ele, feito pelo governo russo.
Nas hostes do Ministério Público paulista há um sentimento de verdadeira indignação pelo fato de o governo Lula fazer tábua rasa do que já se apurou no inquérito sobre a MSI e não pairam dúvidas sobre futuras ações contra os que se associarem ao que é considerado como "proteção ao crime".

Armadilha
No balaio de gatos e ratos em que se transformou a direção corintiana, o episódio PC Carpegiani não passou de armação de ratoeira. Só para pegar quem andava vazando mais informações do que cerveja em festa de chope. O ratinho foi devidamente identificado. É quem cuida, justamente, da área social do balaio. E o queijo era tão podre como quem caiu na armadilha.

blogdojuca@uol.com.br


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