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Até tu, Gullit?
MATINAS SUZUKI JR.
da Equipe de Articulistas
A revista britânica "Four
Four Two" colocou como brinde da edição de abril o livrinho
de Geoff Tibballs com o melhor
das frases proferidas por ingleses e europeus. Nele, vemos que
o besteirol, como a bola, rola
tanto aqui como lá. Confira:
"Este é um grande trabalho
-até a bola começar a rolar"
(do então técnico inglês Terry
Venables, em 1995).
"Eu não acredito em sorte,
embora eu realmente acredite
que ela é necessária" (Allan
Ball, jogador do Manchester
City, em 1996).
"Foi um típico jogo inglês com
muitos estrangeiros" (do técnico Arsène Wenger, do Arsenal,
sobre uma partida contra o
Leeds, em 1997).
"Foi um festival de passes errados. De fato, o Manchester
foi mais perigoso quando nós
tínhamos a posse de bola do
que quando ela estava com
eles" (Ruud Gullit, depois que o
Chelsea perdeu um jogo para o
Manchester United, em 1997;
Gullit ainda disse, após uma
derrota para o Coventry: "Nós
tivemos 99% do jogo nas nossas
mãos; foram os outros 3% que
nos custaram a partida").
"Nosso goleiro, Reg Davies,
nunca foi realmente testado
-exceto, é claro, nos cinco gols
que tomou" (Jimmy Seed, do
Millwall, após perder para o
Worcester City, em 1958).
"Nós precisamos de 20 pontos
nos nossos próximos quatro jogos" (Mark Lawrenson, do Oxford United, examinando as
chances -grandes- de seu time ser rebaixado, em 1988).
"Eu sabia que tudo havia
acabado quando nós tomamos
o sétimo gol" (Danny McGrain,
do Arbroath, da Liga Escocesa,
após a derrota de 9 a 1 para o
Celtic, em 1993).
"Jogadores nunca sabem por
que são substituídos -até virarem técnicos" (Bobby Robson, quando era técnico do PSV
Eindhoven, em 1991).
"Eu também comecei a
aplaudir até eu me dar conta
que eu era técnico do Sunderland" (Peter Reid, após um golaço de Dennis Bergkamp, do
Arsenal, que bateu o Sunderland por 2 a 0, em 1997).
"Um erro só é um erro quando é cometido duas vezes" (Artur Cox, do Derby County, em
1990).
"O melhor lugar para se defender é na grande área do adversário" (Jock Stein, do Celtic,
em 1970).
"O futebol não foi feito para
ser dirigido por dois bandeirinhas e um controlador de tráfego aéreo" (Tommy Docherty,
sobre o excesso de bolas levantadas por alguns times ingleses,
em 1988).
"Se Deus desejava que o jogo
fosse disputado no ar, por que
ele colocou a grama no solo?"
(Brian Clough, do Nottingham
Forest, nos anos 80).
"Hoje em dia, os jogadores
aplaudem a torcida no fim do
jogo. No meu tempo, era o contrário" (Allan Ball, em 1996).
"Se eu andar sobre as águas,
meus acusadores dirão que é
porque eu não sei nadar" (Berti
Vogts, quando era técnico da
Alemanha, em 1996).
"Os primeiros 90 minutos são
os mais importantes" (Bobby
Robson, ex-técnico inglês, nos
anos 80).
"Na Inglaterra, você aceita a
derrota como parte do jogo.
Mas, aqui, é uma tragédia", declarou o técnico da Iugoslávia,
Slobodan Santrac, em 1997.
Quem vê o que está acontecendo naquele país, neste momento, infelizmente, descobre que o
futebol está perto da verdade.
²
Matinas Suzuki Jr. escreve às quintas e é diretor editorial-adjunto da Abril S/A
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