São Paulo, quinta, 15 de abril de 1999

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Até tu, Gullit?

MATINAS SUZUKI JR.
da Equipe de Articulistas

A revista britânica "Four Four Two" colocou como brinde da edição de abril o livrinho de Geoff Tibballs com o melhor das frases proferidas por ingleses e europeus. Nele, vemos que o besteirol, como a bola, rola tanto aqui como lá. Confira:
"Este é um grande trabalho -até a bola começar a rolar" (do então técnico inglês Terry Venables, em 1995).
"Eu não acredito em sorte, embora eu realmente acredite que ela é necessária" (Allan Ball, jogador do Manchester City, em 1996).
"Foi um típico jogo inglês com muitos estrangeiros" (do técnico Arsène Wenger, do Arsenal, sobre uma partida contra o Leeds, em 1997).
"Foi um festival de passes errados. De fato, o Manchester foi mais perigoso quando nós tínhamos a posse de bola do que quando ela estava com eles" (Ruud Gullit, depois que o Chelsea perdeu um jogo para o Manchester United, em 1997; Gullit ainda disse, após uma derrota para o Coventry: "Nós tivemos 99% do jogo nas nossas mãos; foram os outros 3% que nos custaram a partida").
"Nosso goleiro, Reg Davies, nunca foi realmente testado -exceto, é claro, nos cinco gols que tomou" (Jimmy Seed, do Millwall, após perder para o Worcester City, em 1958).
"Nós precisamos de 20 pontos nos nossos próximos quatro jogos" (Mark Lawrenson, do Oxford United, examinando as chances -grandes- de seu time ser rebaixado, em 1988).
"Eu sabia que tudo havia acabado quando nós tomamos o sétimo gol" (Danny McGrain, do Arbroath, da Liga Escocesa, após a derrota de 9 a 1 para o Celtic, em 1993).
"Jogadores nunca sabem por que são substituídos -até virarem técnicos" (Bobby Robson, quando era técnico do PSV Eindhoven, em 1991).
"Eu também comecei a aplaudir até eu me dar conta que eu era técnico do Sunderland" (Peter Reid, após um golaço de Dennis Bergkamp, do Arsenal, que bateu o Sunderland por 2 a 0, em 1997).
"Um erro só é um erro quando é cometido duas vezes" (Artur Cox, do Derby County, em 1990).
"O melhor lugar para se defender é na grande área do adversário" (Jock Stein, do Celtic, em 1970).
"O futebol não foi feito para ser dirigido por dois bandeirinhas e um controlador de tráfego aéreo" (Tommy Docherty, sobre o excesso de bolas levantadas por alguns times ingleses, em 1988).
"Se Deus desejava que o jogo fosse disputado no ar, por que ele colocou a grama no solo?" (Brian Clough, do Nottingham Forest, nos anos 80).
"Hoje em dia, os jogadores aplaudem a torcida no fim do jogo. No meu tempo, era o contrário" (Allan Ball, em 1996).
"Se eu andar sobre as águas, meus acusadores dirão que é porque eu não sei nadar" (Berti Vogts, quando era técnico da Alemanha, em 1996).
"Os primeiros 90 minutos são os mais importantes" (Bobby Robson, ex-técnico inglês, nos anos 80).
"Na Inglaterra, você aceita a derrota como parte do jogo. Mas, aqui, é uma tragédia", declarou o técnico da Iugoslávia, Slobodan Santrac, em 1997. Quem vê o que está acontecendo naquele país, neste momento, infelizmente, descobre que o futebol está perto da verdade.
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Matinas Suzuki Jr. escreve às quintas e é diretor editorial-adjunto da Abril S/A



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