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FUTEBOL
Clube reforça segurança no DF para evitar problemas do ano passado
"Pesadelo da concentração" atormenta os corintianos
MARÍLIA RUIZ
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Em um hotel cinco estrelas, de
frente para o lago Paranoá, longe
do plano piloto e cercado de conforto, o Corinthians se prepara
para disputar hoje, contra o Brasiliense, a sua segunda final consecutiva da Copa do Brasil. Tudo foi
programado para que nada se repita neste ano. Para que o título
do torneio e a vaga na Libertadores, agora, sejam conquistados.
No ano passado, mulheres na
concentração e uma discussão no
meio da madrugada foram as desculpas dos corintianos, que perderam, em São Paulo, para o Grêmio de forma vexatória.
Desta vez, além de um batalhão
de seguranças, uma caravana da
diretoria desembarcou ontem em
Brasília. Ninguém admitiu a "espionagem", mas não esconderam
a preocupação com a "tranquilidade" da delegação.
Na partida de ida da Copa do
Brasil de 2001, em Porto Alegre, o
clube do Parque São Jorge havia
empatado em 2 a 2 com o rival.
Mas em São Paulo o time jogou
muito mal e perdeu por 3 a 1.
Depois disso, a equipe entrou
em profunda crise e mais de dez
jogadores foram dispensados por
Wanderley Luxemburgo, então
técnico do Corinthians. O hotel,
na região da avenida Paulista, que
antes era usado como concentração pelos corintianos, foi trocado
tão logo Luxemburgo deixou o
Parque São Jorge.
Um dos preteridos por Luxemburgo, inclusive, voltou com a
contratação de Carlos Alberto
Parreira: o zagueiro Fábio Luciano, que não quis comentar os
"problemas" enfrentados no ano
passado. "Estamos concentrados
no jogo de amanhã [hoje"", disse.
A tensão é grande também por
causa do clima hostil criado na capital federal contra os corintianos
devido à criticada arbitragem do
gaúcho Carlos Eugênio Simon na
primeira partida da final.
Outdoors por toda Brasília e pela cidade satélite de Taguatinga
(DF), patrocinados pelo ex-senador Luiz Estevão, dono e presidente do Brasiliense, pedem
apoio ao time do Planalto Central
e fazem menção ao "roubo" de Simon, que validou um gol corintiano marcado após falta cometida por Gil e deixou de marcar um
pênalti a favor dos visitantes.
No início da tarde de ontem, a
comissão técnica corintiana se irritou com a decisão do senador
cassado, que proibiu que os paulistas treinassem no estádio Serejão, como estava previsto havia
mais de uma semana.
Alegando uma suposta reforma
no gramado, Estevão, na noite de
anteontem, mandou entregar o
aviso no hotel com a sua decisão.
"Não adianta dizer que o campo
[estádio Serejão" está em obra
porque eles [Brasiliense" treinaram lá ontem [anteontem". Negaram no último momento, isso é
errado. Segundo me informaram,
o estádio teria sido prometido.
Não tem por que fazer isso. Não
vamos entrar em um clima de
guerra. Tenho certeza absoluta de
que o jogo vai se resumir a 11 contra 11", disse o técnico do Corinthians, Carlos Alberto Parreira.
O treinador ainda lembrou que,
em São Paulo, o oponente da final
da Copa do Brasil não teve nenhuma "dessas" dificuldades.
Anteontem, não havia problemas com o gramado do Serejão.
Alguns jardineiros regaram e jogaram adubo no gramado, mas o
time de Taguatinga treinou normalmente. Ontem, alguns operários apenas davam retoques nas
arquibancadas, colocando grades
e pintando alguns lugares.
Na semana passada, o Brasiliense treinou no CT do São Paulo,
Luiz Estevão e seus assessores foram recebidos no Parque São Jorge. E até a PM se mobilizou para
garantir a segurança dos torcedores do Distrito Federal que foram
a São Paulo assistir ao jogo.
Sem poder treinar no palco da
final de hoje, a cúpula corintiana
acertou com a diretoria do clube
de funcionários do Banco Central
o aluguel do campo da associação. O local foi escolhido porque o
clube é bastante próximo ao hotel
da concentração dos paulistas e
porque os dirigentes de Brasília
aceitaram fechar as portas para
estranhos: só o Corinthians, além
da imprensa e dos sócios, teria
acesso ao gramado, cujas dimensões estão aquém das medidas
oficiais estabelecidas pela Fifa.
NA TV - Brasiliense x
Corinthians, Globo, ESPN
Brasil, Record e Sportv, às 21h45
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