São Paulo, domingo, 15 de maio de 2011

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JUCA KFOURI

A ameaça inglesa


Se saírem da Fifa, os inventores do futebol moderno irão inventar o futebol transparente


OS INGLESES prometem apresentar provas das acusações que fazem a quatro membros do Comitê Executivo da Fifa, entre eles o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa-2014, Ricardo Teixeira.
Prometem mais: prometem sair da entidade caso as denúncias não sejam levadas às últimas consequências, embora seja duvidoso que lorde David Triesman, mais com alma de político do que de repórter, tenha gravado quaisquer das conversas que denunciou no Parlamento Britânico.
Denúncias que foram parar nas primeiras páginas dos principais jornais ingleses, como "The Times" e "The Guardian", com enorme destaque.
Tirante o aspecto anedótico do pedido do paraguaio Nicolás Leóz, o presidente vitalício da Conmebol, que pediu apenas para receber o título de sir, pois, aos 83 anos, certamente já amealhou materialmente tudo que o futebol poderia lhe dar em 25 anos de reinado à frente da Confederação Sul- -Americana de Futebol, tudo indica que a indignação inglesa não ficará por isso mesmo.
E se os ingleses, orgulhosos pais do futebol moderno, liderarem um cisma na Fifa e atraírem outras federações para criar nova liga mundial de futebol, eis que amanhã poderão se orgulhar também de terem inventado o futebol transparente.
Quem sabe se depois do "New Labor" não teremos um "New Football"? Se tivermos, tenha certeza: será o futebol dos clubes, no lugar do das seleções.
Porque, convenhamos, Copa do Mundo no Qatar é dose para leão.

O DOMINGO FINAL
Seja qual for o resultado da decisão do Paulistinha, soará como um alívio na vida do Santos.
Enfim, Neymar & cia. poderão pensar apenas na Libertadores, pela qual jogam já na próxima quarta-feira, inteligentemente no Pacaembu.
Que o jogo de hoje na Vila Belmiro, contra um descansado e indiscutivelmente inferior tecnicamente Corinthians, não cobre um preço ainda mais alto do que os jogadores santistas já vêm pagando.
O Corinthians que, em tese, tem a obrigação de voltar de Santos como campeão, porque terá pela frente um grupo de atletas esfalfados, doloridos e divididos entre hoje e o jogo de volta contra os colombianos do Once Caldas -a quem derrotaram na altitude de Manizales muito mais com a cabeça do que com os pés e os pulmões, embora também o coração tenha jogado, e muito.

blogdojuca@uol.com.br


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