São Paulo, segunda-feira, 15 de junho de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Cuidado com os volantes

TÉCNICO do Goiás, Hélio dos Anjos, lamentava na sexta-feira ter um time que ainda não se acertou, pela ausência de um meia de criação: "No ano passado, eu tinha dois meias e um atacante só. A equipe funcionava. Desta vez, tenho dois atacantes e um meia. Ainda não deu certo".
A questão não era a presença de um outro atacante, mas a ausência de um meia. Sem esse 10 para marcar, Cristian fez outro bom jogo, no Serra Dourada, com espaço até para ajudar os zagueiros. Tentou aliviar a pressão, enquanto Elias saía pouco para o jogo. O Corinthians foi sonolento, pensou mais na final da Copa do Brasil e mesmo assim o meia Felipe Menezes sumiu.
O clássico contra o Inter é diferente. O time de Tite tem o melhor ataque do Brasil, com um meio de campo marcador e criativo ao mesmo tempo. O duelo de Cristian será com D'Alessandro, recuperando-se de lesão, ou Andrezinho. Mas o problema corintiano será marcar os dois volantes, que saem pelos lados e criam tanto quanto o argentino. Elias duela com Guiñazú, Magrão duela com... ninguém.
Será assim se Douglas der o espaço, que deu também a Fábio Bahia e Amaral, em Goiânia, para o volante sair para o jogo. Nas fases anteriores da Copa do Brasil, Mano Menezes escalou Jorge Henrique à direita ou à esquerda, de acordo com o lateral que tinha que marcar. Contra Raul, do Atlético-PR, jogou pela esquerda. Houve momentos em que inverteu o lado para cobrir o avanço do lateral oposto.
Mas o Inter não tem lateral que suba, à direita. Danilo Silva, provável substituto de Bolívar, é tão lateral-direito quanto o corintiano Diego é lateral-esquerdo. O mais certo é colar Dentinho no seu setor, se Jorge Henrique puder jogar e marcar Marcelo Cordeiro. Ainda falta alguém para marcar Magrão.
O que pode significar a escalação de Boquita pelo lado esquerdo do campo, se Jorge Henrique não estiver fisicamente pronto para a partida.
Isso não exclui que Douglas precise dar o primeiro combate. Também não esconde que Douglas precisará de movimentação intensa, como contra o Coritiba, sua melhor partida no ano. Só assim vencerá o duelo com o bom volante Sandro. Só assim o Corinthians fará bom jogo na ida.

MUDANÇAS DEMAIS
Não é só Luxemburgo que muda de sistema tático a cada jogo. No São Paulo, isso funcionava. Hoje, não. Hernanes jogou mais à esquerda, contra o Santo André, num 3-4-1-2. Contra o Cruzeiro, no Brasileirão, foram dois meias, dois volantes, dois zagueiros e dois atacantes. Parece melhor para quinta.

O BOM GALO
O Atlético-MG faz seu melhor início de um Brasileirão desde 2003, quando tinha Celso Roth (técnico) e Alexandre Kalil (diretor). O casamento dá resultado de novo, mas ainda falta acertar o meio-campo. Um homem que faça a ligação com Éder Luís e Diego Tardelli ainda fará a equipe mais forte.

O MELHOR PALMEIRAS
O técnico Vanderlei Luxemburgo preferiu mudar taticamente o Palmeiras mais uma vez ontem, contra o Cruzeiro. Mas o ponto positivo foi recuperar o jeito de jogar do início do ano, o 3-4-3 com Willams por um lado e Diego Souza por outro. Com o trio ofensivo fechado com Keirrison, o time recuperou a velocidade do início da temporada e aproveitou a presença de Sorín no lado esquerdo cruzeirense. Agora, o Palmeiras se aproxima dos líderes. E pensa no Nacional, pela Libertadores.


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