São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2010

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JUCA KFOURI

Prontos para o hexa!


Fim das picuinhas. Hoje a seleção terá seu primeiro rival de verdade. Oxalá o primeiro de sete


A TENTATIVA de fazer da imprensa brasileira o rival principal da seleção meio que saiu pela culatra.
A sério mesmo ninguém a levou, exceção feita a Dunga e a Jorginho, o diabinho com cara de anjo e discurso rancoroso. O que vale é que, depois de um montão de treinos, alguns secretos como se pudessem guardar grandes novidades, eis aí diante do time nacional o primeiro adversário real, a Coreia do Norte, certa de que pode reeditar contra os pentacampeões o que um dia, em 1966, fez contra os então bicampeões mundiais, os italianos.
Impossível não é, porque nada é impossível em matéria de futebol. Mas, mais que os coreanos, a ansiedade da estreia é o que pode impedir uma goleada, melhor maneira de tratar uma equipe evidentemente inferior -algo assim como fez a Alemanha contra a Austrália.
Dunga não está preocupado em ver seus comandados dando show, fazendo bonito, embora não esteja proibido. Ele quer vencer e ponto.
O clima da crítica internacional é diferente do de 1994, quando não se entendia do que nós, críticos brasileiros, reclamávamos da seleção de Parreira. "Vocês aprenderam a se defender, não caem mais no conto do jogar aberto para fazer bonito e estão ganhando sem correr riscos. Reclamam por quê?", ouvimos diversas vezes.
Pois agora também os estrangeiros estão se queixando de que os brasileiros abandonaram o "beautiful game", acusados de maltratar a bola em nome do pragmatismo.
Há até quem diga que o crescimento do Brasil perante a opinião pública mundial tornou o país tão sério, tão compenetrado de seu novo papel, que até o futebol foi influenciado. Ficou mais responsável, maduro, menos moleque.
É difícil, por exemplo, convencer um sul-africano na rua de que Ronaldinho Gaúcho não veio por opção do técnico e não por estar machucado, como os casos de Ballack, Beckham, Essien etc.
Dunga deve sorrir e atribuir tal visão ao temor de mais uma conquista brasileira, como na Copa América e na das Confederações. Ele confia cegamente em que o espírito que inoculou neste grupo levará a seleção ao hexa, coisa que este colunista, crítico até a medula, também acha.
Mas com uma diferença: o colunista quer ver um hexa brilhante. Dunga quer ver só o hexa. Só?!

blogdojuca@uol.com.br


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