São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2010

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Espanha cria "enclave" na África do Sul

Uma das favoritas na competição, equipe se isola pelo título mundial

DO ENVIADO A POTCHEFSTROOM

Longe do centro da Copa de 2010, a Espanha formou um pequeno "enclave" em território sul-africano.
Última seleção a chegar ao país da Copa, na última sexta-feira, a equipe europeia tomou todas as medidas para se manter isolada da fervilhante Johannesburgo.
Sua concentração fica em Potchefstroom, antiga capital africâner de 130 mil pessoas localizada a 120 km da maior cidade do país.
A maior referência ao Mundial na cidade são as bandeiras espanholas.
Na concentração, um campus de universidade, não se fala inglês. Perguntas na língua local não são aceitas nas entrevistas dos jogadores. Só as feitas em espanhol.
Até porque são poucos os estrangeiros da imprensa por conta da distância percorrida em uma estrada na zona rural -há vários animais mortos no caminho até a cidade.
Dos 50 jornalistas presentes, no máximo cinco não eram espanhóis, apesar do favoritismo do país. Treinos da Argentina atraem entre 200 e 300 jornalistas.
Uma sala ao lado serve presunto e salame ibérico. Refrigerantes também vêm do país europeu.
Um homem com uma roupa nas cores da bandeira espanhola é o recepcionista.
"Ficamos [nos quartos] perto do campo. Só penso em ganhar o jogo. Para mim, não importa viajar uma hora de avião ou de carro", explicou o lateral Sergio Ramos.
O isolamento serve para a Espanha aprender a lidar com a pressão de ser candidata ao título mundial, que os espanhóis tentam minimizar. "Quem nos coloca nessa posição é a imprensa e outros times. Seria um erro nos acharmos favoritos", afirma o jogador do Real Madrid.
Mas é indisfarçável a confiança dos jogadores na equipe diante dos resultados nos últimos anos. "Nosso estilo tem funcionado. Só perdemos dos EUA", lembrou o atacante David Villa.
Amanhã, a Espanha sai do isolamento e entra no clima de Copa para encarar a Suíça, em Durban. Ao vivenciar de fato a África, Villa e Sergio Ramos admitem que as vuvuzelas podem atrapalhar a comunicação entre os atletas. "Mas dá a impressão de que há mais ambiente", elogiou Villa.
(RODRIGO MATTOS)


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