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Espanha cria "enclave" na África do Sul
Uma das favoritas na competição, equipe se isola pelo título mundial
DO ENVIADO A POTCHEFSTROOM
Longe do centro da Copa
de 2010, a Espanha formou
um pequeno "enclave" em
território sul-africano.
Última seleção a chegar ao
país da Copa, na última sexta-feira, a equipe europeia tomou todas as medidas para
se manter isolada da fervilhante Johannesburgo.
Sua concentração fica em
Potchefstroom, antiga capital africâner de 130 mil pessoas localizada a 120 km da
maior cidade do país.
A maior referência ao
Mundial na cidade são as
bandeiras espanholas.
Na concentração, um campus de universidade, não se
fala inglês. Perguntas na língua local não são aceitas nas
entrevistas dos jogadores. Só
as feitas em espanhol.
Até porque são poucos os
estrangeiros da imprensa por
conta da distância percorrida
em uma estrada na zona rural -há vários animais mortos no caminho até a cidade.
Dos 50 jornalistas presentes, no máximo cinco não
eram espanhóis, apesar do
favoritismo do país. Treinos
da Argentina atraem entre
200 e 300 jornalistas.
Uma sala ao lado serve
presunto e salame ibérico.
Refrigerantes também vêm
do país europeu.
Um homem com uma roupa nas cores da bandeira espanhola é o recepcionista.
"Ficamos [nos quartos]
perto do campo. Só penso em
ganhar o jogo. Para mim, não
importa viajar uma hora de
avião ou de carro", explicou
o lateral Sergio Ramos.
O isolamento serve para a
Espanha aprender a lidar
com a pressão de ser candidata ao título mundial, que
os espanhóis tentam minimizar. "Quem nos coloca nessa
posição é a imprensa e outros
times. Seria um erro nos
acharmos favoritos", afirma
o jogador do Real Madrid.
Mas é indisfarçável a confiança dos jogadores na equipe diante dos resultados nos
últimos anos. "Nosso estilo
tem funcionado. Só perdemos dos EUA", lembrou o
atacante David Villa.
Amanhã, a Espanha sai do
isolamento e entra no clima
de Copa para encarar a Suíça,
em Durban. Ao vivenciar de
fato a África, Villa e Sergio
Ramos admitem que as vuvuzelas podem atrapalhar a
comunicação entre os atletas. "Mas dá a impressão de
que há mais ambiente", elogiou Villa.
(RODRIGO MATTOS)
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