São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2005

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Libertador da América

Sérgio Moraes/Reuters
O capitão são-paulino Rogério levanta o troféu da Libertadores



São Paulo faz 4 a 0 no Atlético-PR em Morumbi tomado por quase 72 mil pessoas e se garante no Mundial da Fifa

Clube passa a ser o maior vencedor brasileiro do interclubes e encerra jejum de seis anos do país no sul-americano



DA REPORTAGEM LOCAL

Pela terceira vez, a Libertadores da América fica no Morumbi. Ao golear o Atlético-PR por 4 a 0, ontem à noite, em seu estádio lotado, o São Paulo isolou-se como o clube brasileiro mais vencedor do principal torneio sul-americano.
Doze anos após a conquista do bi Mundial interclubes, o título que lhes traz mais orgulho, os são-paulinos voltarão ao Japão em busca do tri. Em dezembro, disputam o segundo Mundial de Clubes da Fifa, com cinco outros campeões continentais.
Bastou Luizão marcar o terceiro gol, aos 26min da etapa final, para os gritos de "tricampeão" ecoarem no Morumbi, tomado por quase 72 mil pessoas. Amoroso e Fabão fizeram os dois primeiros, e Diego Tardelli selou a goleada. O Atlético-PR perdeu um pênalti quando o placar marcava 1 a 0.
Mesmo antes do apito final, os torcedores gritaram o nome dos seus jogadores e o de Telê Santana, técnico do time nos bicampeonatos da Libertadores e do Mundial de 1992 e 1993 e símbolo de uma era de glórias que só ontem voltou do jeito que os são-paulinos sonhavam.
Com a nova taça, o São Paulo superou Santos, Cruzeiro e Grêmio, todos com dois títulos, e se igualou a Estudiantes (Argentina), Nacional (Uruguai) e Olimpia (Paraguai). Ainda tem à sua frente outros três clubes: o recordista Independiente (Argentina), que tem sete títulos, Boca Juniors (Argentina) e Peñarol (Uruguai), cada um com cinco conquistas.
Para além da primazia nacional, o campeão ostenta marcas épicas. Ganhou a primeira decisão brasileira da Libertadores, também o primeiro confronto entre compatriotas da história. Encerrou uma seca de seis anos do país na competição -a última taça fora levantada pelo Palmeiras, em 1999.
Teve como co-artilheiro um goleiro, o capitão Rogério, cinco gols. Luizão, que vai para o Nagoya Grampus (Japão), foi o outro goleador e, mais que isso, tornou-se o brasileiro recordista em gols na história do torneio, 28.
O São Paulo balançou as redes adversárias em todos os 14 jogos do torneio. Saiu vencedor em nove, empatou quatro e perdeu um.
A goleada foi a primeira numa final de Libertadores desde 93, quando o mesmo São Paulo fez 5 a 1 no Universidad Católica.
Paulo Autuori, que já vencera a Libertadores em 1997, com o Cruzeiro e neste ano assumiu o São Paulo durante a primeira fase, substituindo Leão, integra agora a seleta lista de técnicos brasileiros bicampeões do torneio, ao lado de Telê, Lula (Santos) e Luiz Felipe Scolari (Grêmio e Palmeiras).
A renda superou R$ 3 milhões, um recorde para o país.


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