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Pratas despertam reações distintas
Mulheres sorriem após ficar atrás dos EUA, e homens se aborrecem pela diferença de 0,3 ponto para porto-riquenhos
Equipe feminina sabia que
seria duro bater americanas,
e masculina lamenta passo largo no solo, considerado um dos pontos fortes do time
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Foram duas pratas distintas.
Uma, sofrida, "quase ouro"; outra, esperada e confirmada.
As equipes de ginástica do
Brasil viveram experiências
distintas, saíram com o mesmo
resultado e ainda não obtiveram o inédito ouro coletivo.
Um passo mais largo impediu o primeiro título masculino. A prata foi obtida com 0,3
ponto atrás de Porto Rico.
Já as meninas ficaram o tempo todo atrás dos EUA e terminaram mais de seis pontos
atrás das campeãs.
Saíram com sorriso franco,
cientes de que fizeram o que
era possível. "Superamos o resultado de Santo Domingo", celebrou Daiane dos Santos, sobre o fato de o vice-campeonato também ser inédito. "O segundo lugar era o resultado que
a gente meio que sabia que ia
ser. Já sabíamos que seria muito difícil bater os EUA", disse
ela. O México fechou o pódio.
O destaque do time feminino
foi Jade Barbosa, que liderou
no solo -Daiane foi terceira- e
se classificou para a final dos
quatro aparelhos e do individual geral -fechou o dia como a
segunda mais bem colocada.
A reação da seleção feminina
contrastou com a da masculina.
Assim que foi confirmada a
prata, em vez de vibração, os ginastas mostraram aborrecimento e caras fechadas.
"Quando o atleta dá um passo maior que a largura dos ombros, no solo, perde-se 0,3 ponto. Fez diferença", falou o técnico Leonardo Finco.
De fato, foi no solo, um dos
principais aparelhos do conjunto nacional, que o Brasil errou mais. Três ginastas pisaram
fora do limite do tablado.
Era o segundo aparelho da
rotação da equipe, que se recuperou depois e ameaçou o título de Porto Rico -que competira mais cedo- até a última
apresentação do último ginasta
no derradeiro aparelho.
"Não pensava que o Brasil
fosse se aproximar tanto. No
momento em que o último atleta se apresentou nas paralelas,
pensei que eles nos passariam.
Meu coração quase explodiu
depois que saiu a nota e vi que
não", disse José Camacho Rivera, técnico do time campeão,
que nunca havia obtido um pódio por equipes na história do
Pan. Os EUA levaram o bronze.
O fato de terem chegado tão
perto da vitória entristeceu os
brasileiros. "A equipe fez o melhor, os técnicos fizeram um
ótimo trabalho. O problema, no
final, foi ver a chance real de
ouro. Foi muito próximo", disse Diego Hypólito, que avançou
para as finais de solo e salto.
Houve até um esboço de reclamação, pois achavam que algumas apresentações deveriam
ter recebido notas mais alta que
as atribuídas ontem. "Para
mim, minha barra e a do Guto
[Luiz Augusto dos Anjos] poderiam ter sido mais altas. Ele tirou 15 e pouco na Copa do
Mundo de Gent [Bélgica] com a
mesma série. Agora, ficou com
14", comentou Mosiah Rodrigues, que depois aliviou.
"O pouco que ficamos do ouro mostra a melhora significativa que tivemos desde Santo Domingo", completou o gaúcho,
que avançou, ao lado de Luiz, à
final do individual geral.
Outra queixa dos brasileiros,
que insistiam na necessidade
de transformar o ginásio em La
Bombonera, foi que esperavam
um público mais expressivo.
"Quem veio deu um bom incentivo. Mas poderiam ter vindo
mais pessoas", disse Diego.
Não foram divulgados os números de público e renda da
competição masculina, contrariando o Estatuto do Torcedor.
Segundo o Co-Rio, estiveram
no evento 6.192 pessoas. A arena abriga até 13 mil.
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