Vistos como maiores estrelas, craques disputam título e preferência dos venezuelanos na final entre Brasil e Argentina

Brasileiro é forte nome para levar a chuteira de ouro, e argentino é o favorito para ser escolhido como melhor jogador da Copa América

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A MARACAIBO

Riquelme pode até ser campeão, artilheiro e melhor jogador da Copa América, mas um duelo à parte na final entre Brasil e Argentina é travado por Robinho, 23, e Messi, 20.
Um defende o Real Madrid. O outro é do Barcelona. O brasileiro apareceu ainda garoto como uma ""aposta de Pelé", com quem já chegou a ser comparado no Santos -o melhor jogador do clube depois da era do ""Rei". O outro, canhoto e de pouca estatura, imita os passos de Maradona até nos gols recentes que marcou na Espanha.
""Não é um duelo entre o Robinho e o Messi. Somos importantes para nossas seleções, mas não somos só nos dois em campo. Quem joga é Brasil e Argentina", falou Robinho, que rivaliza com o argentino na adoração dos venezuelanos.
Se Robinho desperta gritaria nas arquibancadas desde que chegou à Venezuela, Messi não fica atrás -houve até uma torcedora que se atirou de considerável altura de um setor do estádio para chegar perto do mais novo ídolo argentino.
Ela quase o atingiu, mas, ao final, o atleta deu um afetuoso abraço na fã enlouquecida.
""Não sei dizer agora quem é o melhor jogador desta Copa América, se é o Robinho, o Messi ou o Riquelme. Vai ficar para a final mesmo", falou o goleiro Doni, que diz não temer a bola parada do camisa 10 argentino. ""Ele bate uma hora de um jeito e outra hora de outro. Por isso, não tenho estudado as cobranças de pênaltis e faltas dele."
Riquelme tem cinco gols na competição, um a menos do que Robinho. Os dois são os principais candidatos à ""Chuteira de Ouro" da Copa América. Messi, no entanto, parece forte candidato a melhor jogador do torneio, em especial depois do golaço por cobertura na semifinal contra os mexicanos.
""A única coisa que posso fazer com o Messi é não aprisioná-lo. É preciso deixar o pássaro voar", disse Alfio Basile, técnico argentino que dá total liberdade para Messi percorrer o campo de defesa do rival.
Robinho, que costuma jogar pela esquerda e ajuda mais na marcação que Messi, não está certo de que sofrerá algum tipo de marcação individual. ""Não sei se haverá marcação desse tipo, mas certamente eles vão marcar forte para que nosso time não jogue", falou o atacante, que em alguns meses será pai.
""O Messi é um jogador tecnicamente fantástico. Foi cedo para a Europa. Isso fez muito bem para ele", falou Jorginho, auxiliar técnico de Dunga e observador dos adversários.
No Brasil, Robinho tem sido uma estrela solitária. Fez todos os gols do time na fase de grupos, enquanto a Argentina distribuiu bem sua artilharia.
Na final, até o atacante Crespo, que anotou três vezes nos primeiros jogos, estará à disposição de Basile -ele se recuperou de lesão muscular, treinou anteontem e deve começar no banco de reservas, entrando no segundo tempo se for preciso.
Diego, o parceiro histórico de Robinho, até começou a Copa América como titular, mas não rendeu bem na derrota na estréia para o México e perdeu espaço na equipe -hoje, sai como reserva novamente. Assim, Robinho fica ainda mais em evidência na seleção.
""Não sou a estrela da seleção. A seleção é a estrela", diz Robinho, em meio aos elogios recebidos durante a Copa América.
Na Espanha, Robinho levou a melhor com a taça. Conquistou o título na rodada final (até desafiando a CBF ao ficar em Madri com o Real quando pediam sua apresentação em Teresópolis), e o Barça de Messi perdeu a chance de ser tri. O argentino, porém, foi apontado o maior astro do campeonato pelos gols antológicos que fez.
O principal deles, contra o Getafe, lembrou o de Maradona na Copa-86 contra a Inglaterra, driblando vários rivais.
A história se repetirá para os dois craques na América?

TV - Brasil x Argentina