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rota de fuga
Mercado afasta astros de Pequim
Ronaldinho e Robinho tentam fechar com Milan e Chelsea, que não devem liberá-los para os Jogos
Ex-santista despreza o Real Madrid e viaja para o Brasil; atleta do Barcelona chega à Espanha e já negocia para se transferir ao time italiano
Josep Lago/France Presse
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Ronaldinho fala ao celular depois de deixar hotel em Barcelona, onde ele negocia nesta semana a saída da equipe catalã, que não aceita cedê-lo à seleção olímpica
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao mesmo tempo em que
alardeiam o orgulho de defender o Brasil na Olimpíada, Robinho e Ronaldinho seguem roteiros, semelhantes, justamente na direção oposta a Pequim.
Ambos estão em litígio com
seus clubes e tentam se transferir para equipes que certamente irão impedi-los de atuar pelo
time olímpico, em agosto.
Ao lado de seu empresário,
Wagner Ribeiro, Robinho teve
uma tensa reunião ontem com
a diretoria do Real Madrid. Praticamente declarou guerra ao
time espanhol ao dizer que
quer transferir-se para o Chelsea, de Luiz Felipe Scolari.
Segundo Ribeiro, ontem
mesmo o jogador embarcou para o Brasil. O atacante se recusou a participar do início da
pré-temporada de seu clube,
em Portugal, sob o pretexto de
que até o final da semana deve
começar a treinar com a seleção brasileira olímpica.
Mas a preparação para os Jogos só deve começar no início
da próxima semana. Robinho
temia não ser liberado caso fosse para Portugal, apesar de haver um acordo verbal que garante sua liberação.
O atacante disse aos cartolas
sentir-se desvalorizado no Real
por causa das notícias de que o
clube tentou colocá-lo numa
troca com Cristiano Ronaldo.
"Nós apresentamos uma proposta oficial do Chelsea, mas o
Real recusou", declarou Ribeiro, sem revelar o valor.
Segundo o agente, os espanhóis exigem o pagamento da
multa de 150 milhões (cerca
de R$ 384 milhões).
O Chelsea fará nova oferta,
mas Robinho sabe que, se a negociação vingar, os ingleses não
permitirão que ele vá à China.
Postura idêntica deve adotar
o Milan, se levar Ronaldinho,
que treina para recuperar a forma a fim de disputar os Jogos.
Ontem, ele chegou a Barcelona, clube que não o quer mais,
só que exige sua presença na
pré-temporada, abdicando de
Pequim. Ele e Robinho não são
favorecidos pela regra da Fifa
que só obriga a liberação para
quem tem até 23 anos.
Ir à China ficaria mais fácil se
ele fechasse com o Manchester
City, que ofereceu mais dinheiro aos catalães - 32 milhões
(R$ 82 milhões). Na Inglaterra,
o brasileiro possivelmente teria maior margem de manobra.
Mas Ronaldinho deixou clara sua preferência pelo time
italiano. Ontem, seu irmão e
agente, Assis, e o vice do Milan,
Adriano Galliani, conversaram.
Ao sair, o empresário disse que
a negociação "estava muito
bem, não poderia ser melhor".
Também houve reunião de
Assis com dirigentes do Barcelona. A imprensa italiana anunciou que a proposta do Milan
foi considerada "satisfatória".
Há a previsão de encontro
entre Galliani e o presidente do
Barcelona, Joan Laporta, nos
próximos dias. O clube catalão
informou que dá três dias para
fechar a negociação -ou Ronaldinho fica na Espanha.
O Milan já vetou Kaká nos
Jogos. Se liberar Ronaldinho,
teria de explicar ao outro brasileiro o porquê do tratamento
diferente com o recém-chegado. E receberia pedidos de outras cessões de atletas de outras seleções. Pior: criaria crise
com a federação italiana. O clube recusou até a liberação do
lateral reserva Daniele Bonera,
27, para a seleção italiana em
Pequim, o que gerou polêmica.
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