DA REDAÇÃO

"Essa é a caixa postal de... Por favor, deixe sua mensagem após o bip." Esse serviço de telefonia celular é antigo, mas com a voz de David Beckham é uma novidade.
O jogador inglês de 27 anos, celebridade no mundo inteiro, fechou um contrato milionário de exclusividade de voz com a empresa telefônica Vodafone.
O acerto amplia o chamado direito de imagem, dinheiro pago não só no futebol mas em outras áreas do entretenimento, dando um cachê extra para personalidades durante seus anos de fama.
Os futebolistas são agraciados pelos clubes atualmente com dois tipos de remuneração: o salário normal e o direito de imagem.
Beckham, por exemplo, recebe mensalmente 280 mil libras (R$ 1,3 milhão) de honorários e mais 80 mil libras (R$ 394 mil) para ceder sua imagem para a equipe do Manchester United.
Com isso, o time pode utilizar seu rosto e seu corpo nos materiais promocionais, em seus programas de televisão (a equipe tem um canal) e também nos produtos de merchandising.
Beckham conta também com contratos com um leque de empresas, que vão da Adidas (uniforme esportivo) à Police (óculos de sol) e da BP (petróleo) à Pepsi (refrigerantes).
"David tem uma tremenda habilidade de atrair todo o tipo de pessoa. Ele é a personalidade ideal para promover nosso produto mundialmente", afirma Peter Harris, diretor de mídia da Vodafone. "Na Ásia, por exemplo, ele é mais reconhecido que o Tiger Woods e o Michael Jordan", compara o executivo.
Vodafone é só mais um nome em sua lista de patrocinadores, mas a empresa de telefonia celular é também a firma com nome escrito na camiseta do Manchester United, clube mais rico do mundo. O contrato das duas partes, de duração total de quatro anos, chega à cifra de 30 milhões de libras (R$ 147,8 milhões).
A Vodafone já presta um serviço para os torcedores da equipe avisando nos celulares quando sai um gol nas partidas do time.
Beckham é só a ponta mais visível da utilização de futebolistas na propaganda, que tem Ronaldo, Batistuta e Zidane como outros garotos-propaganda famosos internacionalmente.
No Brasil, o jogador que mais soube aproveitar sua imagem foi o meia Raí. Aproveitando sua fama de sex symbol para o público feminino, o ex-são-paulino fez anúncio desde sandálias até eletrodomésticos, de lojas de ternos a xampu de cabelo.
A propaganda está no futebol desde seu início (Leônidas da Silva já anunciava o chocolate Diamante Negro nos anos 30), mas cada vez amplia seu terreno.
Beckham, com seu contrato de ontem, dilatou ainda mais.