São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2004

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VÔLEI DE PRAIA

Após boa temporada, duplas tentam quebrar jejum de oito anos sem ouro

Brasileiros jogam para apagar "amarelada"

DO ENVIADO A ATENAS

Quatro duplas brasileiras, novamente envoltas em favoritismo, tentam a partir de hoje, na arena montada em Faliro, fazer o vôlei de praia olímpico brasileiro voltar ao alto do pódio, meta não alcançada em Sydney-2000, Jogos que terminaram com um sabor amargo para a modalidade .
Após o ouro de Jacqueline e Sandra em Atlanta-96, criou-se grande expectativa para a Austrália. Mas Adriana Behar/Shelda e Ricardo/Zé Marco caíram na final, criando no país a frustrante sensação de que "amarelaram".
Ricardo tentará triunfar agora ao lado de Emanuel, que tem recordações olímpicas ainda piores. Foi eliminado longe da decisão em Atlanta (com Zé Marco) e em Sydney (com Loiola).
Atuais campeões mundiais, Ricardo e Emanuel são cabeças-de-chave número um. Juntos desde o segundo semestre de 2002, venceram 11 etapas do Circuito Mundial, do qual são bicampeões.
Eles farão a última partida de hoje, às 17h, diante de Horrem/ Maaseide, da Noruega. "Tenho uma visão mais ampla do vôlei de praia após esses oito anos. Sinto-me muito mais preparado", declara Emanuel, seis títulos no Circuito Mundial, um recorde.
Além deles, Adriana Behar e Shelda reaparecem nos Jogos. Márcio/Benjamin e Ana Paula/ Sandra completam o grupo.
Maiores vencedoras da história da modalidade e juntas há nove anos, Behar e Shelda evitam falar sobre a perda do ouro há quatro anos. Nas duas últimas temporadas, ficaram sem o título do Circuito, que fora conquistado sucessivamente cinco vezes. "É difícil ficar no topo por quase nove anos", diz Shelda, mais de cem títulos com Behar. A resposta contra a suposta decadência vem com a liderança do Circuito-04.
Elas pegam hoje, às 16h, Naidoo e Willand, da África do Sul.
Márcio e Benjamin, juntos desde 1999, são os primeiros a atuar, às 8h30. Os oponentes serão os franceses Canet e Hamel.
Dentre os oito representantes do país em Atenas, eles são os únicos sem experiência anterior em Jogos. Confiantes, prepararam-se com um único objetivo.
"A expectativa é só uma: o ouro. Não quero chegar a outra final e levar a prata. Estamos cansados da prata", afirma Benjamin.
Sandra e Ana Paula pegam, às 9h30, Hakedal/Torlen, da Noruega. Elas formaram dupla em 2003, após uma negociação conturbada e logo venceram o Circuito.
"Houve a troca, tinha que explicar tudo para as parceiras, havia os patrocinadores", declarou Sandra ao ser questionada sobre o imediato êxito com a nova colega.
Esta Olimpíada apresentará uma mudança em relação à anterior. Com fim da vantagem, toda disputa de bola resulta em ponto. O número de sets também mudou. Em Sydney, nos jogos disputados até a final, vencia a dupla que marcasse 15 pontos. A decisão era em melhor de três sets (cada um até 12). Agora, em todos os jogos, a melhor de três permanece. Os dois primeiros vão a 21, e o terceiro, se necessário, até 15.
Na fase inicial, as duplas foram separadas em seis grupos. Das 24, 16 avançam para os mata-matas. (LUÍS CURRO)


NA TV - Sportv e ESPN Brasil, ao vivo, às 8h30, 9h30, 16h e 17h


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