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Vencer alemães dava prisão
de Londres
"Nós estamos gritando e estamos
surpresos com esses resultados improváveis que passarão a ser imutáveis para sempre."
Fritz Walter, considerado o melhor jogador alemão das décadas de 40 e 50, em
seu diário, citado em "Hitler's Strikers"
Em agosto de 1942, a vitória de 5
a 3 do Dinamo de Kiev sobre um
time da Força Aérea alemã teve
um gosto amargo. A goleada em
Kiev fez com que 8 dos 11 jogadores ucranianos fossem parar em
campos de concentração.
Isso aconteceu porque o Dinamo havia recebido ordens para facilitar o jogo. A Ucrânia se encontrava sob a ocupação alemã, que
durou três anos (1941-1944), durante os quais morreram seis milhões de ucranianos.
Os jogadores do Dinamo desobedeceram às ordens e jogaram
com vontade, obtendo a vitória
por goleada. O estádio, em Kiev,
estava lotado, e a repercussão da
derrota do time alemão na cúpula
nazista não foi nada boa.
"As ordens foram quase imediatas, os jogadores foram presos
à saída do estádio e levados para
os campos de concentração. É
muito difícil saber o que aconteceu com cada um, mas acredito
que morreram lá. Sabe-se que foram mandados para campos diferentes", diz Ulrich Lindner.
Em "Hitler's Strikers" ("Atacantes de Hitler"), outros casos de
times formados por militares aparecem. Alguns deles chegaram a
disputar o Campeonato Alemão e
torneios europeus. "Os militares
requisitavam jogadores dos clubes para seus times. A maioria
atendia, porque dessa forma se livrava do serviço militar."
Os autores Ulrich Lindner e
Gerhard Fischer citam o caso do
meia Fritz Walter, do Kaiserslautern, considerado o melhor alemão dos anos 40 e 50. Walter, que
viria a ser o capitão da seleção da
Alemanha Ocidental campeã do
mundo em 1954, jogou por um time do Exército na guerra.
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