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BOXE
Brasileiro iguala marca de mexicano que obteve título com todas as vitórias por nocaute no currículo
Cinturão dá recorde mundial a Popó
EDUARDO OHATA
da Reportagem Local
Ao conquistar o cinturão da Organização Mundial de Boxe na última semana, o brasileiro Acelino
Popó Freitas, 23, igualou o recorde do mexicano Alfonso Zamora,
até então único a registrar a maior
sequência de nocautes até chegar
a um título mundial: 21.
O recorde havia sido registrado
em meados década de 70.
No último dia 7, o superpena
Popó também registrou sua 21ª
vitória consecutiva por nocaute,
sobre o russo campeão Anatoly
Alexandrov, em um assalto, para
ganhar o título da OMB, quarta
entidade em ordem de importância a controlar o boxe.
Apesar de ter igualado o recorde do mexicano Zamora e de ser o
único lutador nas últimas duas
décadas a ter alcançado tal feito, o
pugilista brasileiro afirma não ter
obsessão pelo nocaute.
""O nocaute é só uma consequência. Não busco esse tipo de
vitória a todo custo", explica Popó, apesar de reconhecer que a fama de ""demolidor" tem suas vantagens. ""Subir no ringue com todas vitórias por nocaute impõe
respeito. Meus rivais, no mínimo,
devem ficar intimidados."
O técnico do brasileiro, Luís
Carlos Dória, cita outro fator ao
explicar as seguidas vitórias de
Popó. ""Ele é o lutador mais frio
que já tive. Nenhum problema externo o abala quando está no ringue", afirmou.
Zamora ganhou o cinturão dos
galos da Associação Mundial de
Boxe em sua 21ª luta, ao bater o
coreano Soo-Hwan Hong, no
quarto assalto, em 1975.
Anos depois, o mexicano participaria de uma ""superluta" entre
pegadores com o compatriota
Carlos Zarate, em 1977, na qual
ambos os pugilistas contavam
com um cartel combinado de 74
vitórias, 73 por nocaute.
Zarate venceu o confronto por
nocaute no quarto assalto.
Além do brasileiro e de Zamora,
só mais um pugilista havia ganhado um dos principais cinturões
com a distinção de ter tido todas
as vitórias por nocaute.
Foi o tailandês, ex-lutador de
kickboxing (mistura de boxe e caratê), Saensak Muangsurin, que
conquistou o título dos meio-médios-ligeiros do Conselho Mundial de Boxe em sua segunda
apresentação profissional.
Ele conseguiu o feito com um
nocaute em três assaltos sobre Perico Fernandez, em 75. Perdeu o
cinturão em sua sexta apresentação, mas recuperou o título em
seu próximo combate, o que o
tornou o mais inexperiente pugilista a recuperar um título.
Ele defendeu o cinturão sete vezes, perdendo-o para Sang-Hyun
Kim, em 1978. Muangsurium, nocauteado por Thomas Hearns em
81, aposentou-se com um cartel
de 14 vitórias e seis derrotas.
A outra marca que Popó ainda
tem chances de alcançar será a de
maior número de nocautes seguidos em início de carreira.
O recorde pertence ao norte-americano Billy Fox, que desenvolveu campanha na década de
40, com 43 nocautes. Fox, que
venceu o legendário Jake ""Touro
Indomável" la Motta por nocaute,
nunca ganhou título.
A tarefa de igualar ou quebrar
esse recorde será bastante difícil,
pois a partir de agora, como campeão, Popó não deverá mais enfrentar rivais de nível duvidoso,
como foi o caso do britânico Peter
Buckley (25 vitórias e 93 derrotas), no ano passado.
De todo modo, o brasileiro já ultrapassou o número de nocautes
do ex-campeão mundial dos pesos-pesados Mike Tyson, que levou ao solo seus primeiros 19 rivais no profissionalismo.
A série foi interrompida quando o norte-americano enfrentou
o compatriota James Tillis, em 86,
batendo-o em dez assaltos.
Atualmente, a marca de nocautes do pugilista baiano é uma das
13 melhores de todos os tempos.
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