|
Texto Anterior | Índice
VÔLEI
Leila, Virna, Tatiana e Isabel vão comandar a equipe feminina do Flamengo na próxima Superliga
Estrelas tiram cariocas do ostracismo
da Reportagem Local
O desmanche de Supergasbras e
Lufkin, na virada dos anos 80, jogou o vôlei feminino do Rio numa
década de ostracismo. Outro desmonte, em escala, desta vez em
São Paulo, permitiu agora que os
cariocas formassem sua primeira
equipe competitiva nos anos 90.
O Flamengo apresentou ontem,
em sua sede, o elenco que vai disputar a Superliga 99/2000.
Suas três estrelas, as atacantes
Leila e Virna, e a meio-de-rede
Tatiana, todas da seleção, ficaram
sem emprego ao final da última
temporada, com o encerramento
das atividades de suas equipes.
Leila e Tatiana defendiam o Leites
Nestlé, três vezes campeão nacional, enquanto Virna estava na
Uniban, atual campeão. Uma
quarta titular, a levantadora Katia, foi incorporada da UnG, legenda que não mais existe.
O Flamengo decidiu reativar
sua equipe -a única representante do Estado- , ""convencido"
pela ex-jogadora Isabel, que fará
sua estréia como treinadora (leia
texto ao lado). O clube interrompera as atividades em 81, com três
títulos brasileiros (76, 78 e 80).
""Levei a proposta de fazer um time ao Edmundo (Silva, presidente do Flamengo), e ele comprou",
diz Isabel. ""Espero que seja incentivo para o Vasco e o Fluminense
fazerem o mesmo, como aconteceu no basquete", completa.
A derradeira aparição de um
dos grandes do Rio, foi a do Botafogo, em 96 -não chegou às finais da Superliga.
Torcedora do Vasco, Leila, 28,
recusou três propostas da Itália
(Calábria, Modena, Mattera).
""Pela primeira vez na carreira,
vou atuar num clube de torcida,
não por uma empresa. Esse é o
grande barato e também o maior
desafio", disse a jogadora.
A última conquista nacional dos
cariocas ocorreu em 87, com a
Lufkin. Então com 17 anos, a atacante Virna era reserva -ao todo, foram três anos na Lufkin, extinta em 89, e um no Bradesco.
""Acertar com o Flamengo foi
ideal, porque eu não queria jogar
fora do Brasil por falta de times",
disse Virna, que mantivera negociações também com o Calábria.
""Fico imaginando a possibilidade
de jogar no Maracanãzinho (capacidade para 19 mil espectadores) cheio", completou.
O recém-formado Flamengo
desponta como quarta força para
a próxima Superliga, que começa
em dezembro. Na avaliação das
próprias jogadoras e de Isabel, os
três maiores concorrentes são
MRV/Minas, de Fofão e Raquel, o
Rexona, dirigido pelo técnico Bernardinho, da seleção brasileira, e
o BCN, de Ana Moser e Janina.
""Vamos ter que correr atrás de
entrosamento. Os outros já têm
uma base formada", afirma Leila.
""Pretendemos fazer um trabalho que nos permita ficar entre as
quatro finalistas", diz Isabel.
Com orçamento declarado de
R$ 1 milhão (bancado sozinho), o
Flamengo pretende contratar
uma estrangeira, para a posição
de meio-de-rede.
Exposição
Em negociações para assinatura
de um contrato de US$ 80 milhões, pelo qual cederá por 15
anos à multinacional ISL os direitos de exploração de seu departamento de futebol, o Flamengo
quer aproveitar a reestruturação
do time feminino de vôlei para expandir a exposição de sua marca.
""Não foi orientação deles (ISL)
montar o time. Mas a gente aposta que vamos estar atraindo valor
para a marca e novos parceiros.
Tenho certeza de que a própria
ISL vai se interessar", diz Fernando Sihman, vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo.
Antes da incursão no vôlei, o
Flamengo já mantinha um time
de elite no basquete, que agora
conta com o cestinha Oscar.
Texto Anterior: Iatismo e futebol brasileiros testam infra-estrutura Índice
|