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FUTEBOL
Dois times e o resto
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
O Cruzeiro e o Santos mostraram anteontem, com
duas goleadas categóricas, por
que são os líderes do Brasileiro. O
confronto entre ambos, no próximo sábado, terá o peso simbólico
de uma final, ou pelo menos de
um tira-teima.
Na Vila Belmiro, o Santos, jogou um futebol eletrizante no primeiro tempo, fazendo cinco gols
em meia hora de jogo. A movimentação dos santistas era tão
boa que deixou completamente
desnorteada a defesa do Criciúma, apesar (ou por causa, como
acha Casagrande) do seu esquema com três zagueiros.
Como não há espaço para abordar longamente a goleada do
Santos, chamo a atenção para
três coisas importantes.
1) Tudo indica que Leão superou suas dúvidas quanto a quem
deve ser o centroavante do time.
William pode não ser nenhum
craque, mas mostrou que tem
aquilo que o Santos precisa no setor: presença de área, boa colocação, oportunismo e bom chute.
2) A convocação e, principalmente, a boa performance na seleção brasileira fizeram bem a
Renato, que está ainda mais seguro e autoconfiante. Seu segundo gol, no jogo de sábado, foi uma
comprovação disso. Ele teve serenidade para driblar o goleiro e,
mesmo sem ângulo, colocar com
categoria na fresta que restava.
3) Inversamente, a não-convocação e a breve temporada no
banco também fizeram bem a
Robinho. O jogador está amadurecendo rápido. Não deixou de
tentar os lances de efeito -e tomara que nunca deixe-, mas
atuou com mais sentido coletivo,
aperfeiçoando os passes e a finalização.
Mais que tudo isso, o que me
agradou na atuação de Robinho
no sábado foi seu esforço em recuperar a posse de bola.
Ao roubar bolas que estavam
em poder do adversário, Robinho
demonstrou que algumas de suas
virtudes ofensivas -a leveza, a
rapidez e a esperteza- podem
ser aproveitadas no desarme.
Sei que para muita gente Robinho é fogo de palha, mas discordo
radicalmente. É um atleta que só
tende a melhorar. Não vejo nenhum sentido em torcer pelo seu
fracasso.
Já o São Paulo deve se dar por
satisfeito com o empate conseguido em Florianópolis, pois não mereceu nem isso. O Figueirense,
muito mais bem postado em campo, criou mais chances de gol. Foi
castigado por ter desperdiçado algumas delas por afobação.
Com o volante Jeovânio colado
em Ricardinho, o time tricolor
via-se amarrado no meio-de-campo e impotente para atacar,
pelo menos até a metade do segundo tempo. A situação deixou
os são-paulinos tão irritados que
custou ao time nada menos que
oito cartões amarelos, sem contar
a expulsão de Jean.
Se não fosse a garra de Luis Fabiano e o lindo chute de fora da
área de Adriano, o São Paulo sairia de Florianópolis de mãos abanando. A equipe de Rojas precisa
melhorar muito se quiser alcançar o Cruzeiro e o Santos.
Vitória sem brilho
O Corinthians também não jogou nada na vitória sobre o Fortaleza, anteontem. O "novo" esquema de Geninho não funcionou. O time é tecnicamente limitado e taticamente desordenado. Fabinho, Fabrício, André
Luiz e Jamelli pareciam perdidos em campo, deixando desamparados os garotos do ataque, Jô e Abuda. O único que
parece cada vez mais seguro na
equipe é o goleiro Rubinho.
Não é à toa que só havia 6.000
"fiéis" assistindo à partida no
estádio do Pacaembu.
Saudades do Rio
Vi o último grande clássico carioca e gostei muito. Mas isso
aconteceu há muitos anos. O
Vasco 1 x 0 Fluminense de ontem, debaixo de chuva, foi mais
um daqueles jogos muito duros... de assistir.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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