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São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 2003

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FUTEBOL

Dois times e o resto

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O Cruzeiro e o Santos mostraram anteontem, com duas goleadas categóricas, por que são os líderes do Brasileiro. O confronto entre ambos, no próximo sábado, terá o peso simbólico de uma final, ou pelo menos de um tira-teima.
Na Vila Belmiro, o Santos, jogou um futebol eletrizante no primeiro tempo, fazendo cinco gols em meia hora de jogo. A movimentação dos santistas era tão boa que deixou completamente desnorteada a defesa do Criciúma, apesar (ou por causa, como acha Casagrande) do seu esquema com três zagueiros.
Como não há espaço para abordar longamente a goleada do Santos, chamo a atenção para três coisas importantes.
1) Tudo indica que Leão superou suas dúvidas quanto a quem deve ser o centroavante do time. William pode não ser nenhum craque, mas mostrou que tem aquilo que o Santos precisa no setor: presença de área, boa colocação, oportunismo e bom chute.
2) A convocação e, principalmente, a boa performance na seleção brasileira fizeram bem a Renato, que está ainda mais seguro e autoconfiante. Seu segundo gol, no jogo de sábado, foi uma comprovação disso. Ele teve serenidade para driblar o goleiro e, mesmo sem ângulo, colocar com categoria na fresta que restava.
3) Inversamente, a não-convocação e a breve temporada no banco também fizeram bem a Robinho. O jogador está amadurecendo rápido. Não deixou de tentar os lances de efeito -e tomara que nunca deixe-, mas atuou com mais sentido coletivo, aperfeiçoando os passes e a finalização.
Mais que tudo isso, o que me agradou na atuação de Robinho no sábado foi seu esforço em recuperar a posse de bola.
Ao roubar bolas que estavam em poder do adversário, Robinho demonstrou que algumas de suas virtudes ofensivas -a leveza, a rapidez e a esperteza- podem ser aproveitadas no desarme.
Sei que para muita gente Robinho é fogo de palha, mas discordo radicalmente. É um atleta que só tende a melhorar. Não vejo nenhum sentido em torcer pelo seu fracasso.
Já o São Paulo deve se dar por satisfeito com o empate conseguido em Florianópolis, pois não mereceu nem isso. O Figueirense, muito mais bem postado em campo, criou mais chances de gol. Foi castigado por ter desperdiçado algumas delas por afobação.
Com o volante Jeovânio colado em Ricardinho, o time tricolor via-se amarrado no meio-de-campo e impotente para atacar, pelo menos até a metade do segundo tempo. A situação deixou os são-paulinos tão irritados que custou ao time nada menos que oito cartões amarelos, sem contar a expulsão de Jean.
Se não fosse a garra de Luis Fabiano e o lindo chute de fora da área de Adriano, o São Paulo sairia de Florianópolis de mãos abanando. A equipe de Rojas precisa melhorar muito se quiser alcançar o Cruzeiro e o Santos.

Vitória sem brilho
O Corinthians também não jogou nada na vitória sobre o Fortaleza, anteontem. O "novo" esquema de Geninho não funcionou. O time é tecnicamente limitado e taticamente desordenado. Fabinho, Fabrício, André Luiz e Jamelli pareciam perdidos em campo, deixando desamparados os garotos do ataque, Jô e Abuda. O único que parece cada vez mais seguro na equipe é o goleiro Rubinho. Não é à toa que só havia 6.000 "fiéis" assistindo à partida no estádio do Pacaembu.

Saudades do Rio
Vi o último grande clássico carioca e gostei muito. Mas isso aconteceu há muitos anos. O Vasco 1 x 0 Fluminense de ontem, debaixo de chuva, foi mais um daqueles jogos muito duros... de assistir.


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