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Seleção joga feio e estrelas "somem" contra Colômbia
Em jogo fraco, Brasil administra 0 a 0 com a Colômbia e faz estréia em casa na quarta diante do Equador, no Rio
Colômbia 0
Brasil 0
DO ENVIADO A BOGOTÁ
A missão brasileira de se garantir para a Copa de 2010 teve
início com um burocrático 0 a 0
ontem nos 2.600 m de Bogotá
diante da Colômbia.
Mas a decepção mesmo ficou
por conta das estrelas bancadas
por Dunga no primeiro jogo do
Brasil nas eliminatórias da
América do Sul.
Kaká e Ronaldinho, ausentes
da conquista da Copa América,
e Robinho, a grande estrela que
brilhou no torneio vencido na
Venezuela, estiveram muito
abaixo das expectivas.
O baixo rendimento atingiu
ainda os "veteranos" Juan, Lúcio e Gilberto Silva, remanescentes da Copa de 2006, mas
que ontem também caíram
com a mediocridade da equipe.
O Brasil, segundo o Datafolha, cometeu mais faltas (25 a
20) e finalizou muito menos (6
a 17) do que o adversário, que
também se mostrou muito
mais eficiente nos desarmes.
O resultado expôs a tradicional dificuldade da seleção em
jogos de estréias em eliminatórias -nas últimas três edições,
a equipe nacional havia empatado sem gols duas vezes, além
de um apertado 2 a 1 diante da
própria Colômbia.
Após estrear fora de casa, a
equipe comandada pelo técnico Dunga agora se ajeita para o
batismo como mandante. Na
quarta recebe o Equador, que
vem de derrota para a Venezuela em Quito, no Maracanã.
O Brasil entrou em campo
preparado para enfrentar o fator altitude, a pressão da torcida, e a forte chuva que encharcou o gramado e provocou um
atraso de quase 45 minutos em
relação ao horário previsto.
Mas foi a juventude do time
colombiano o elemento surpresa que fez o Brasil passar sufoco. Zuñiga, Castrillón, Sanchéz, Rentería e Falcao, jogadores com idade entre 21 e 24
anos, fizeram o rodado plantel
brasileiro se sentir acuado no
início da partida.
E quem pagou a conta da ousadia adversária foi o goleiro
Júlio César. Logo aos 2min,
Falcao escorou cruzamento da
esquerda na pequena área e
quase marcou.
O caminho preferido dos colombianos para chegar ao gol
brasileiro era o lado esquerdo.
Mas nas roubadas de bola no
meio-campo, Falcao sempre levava perigo quando tentava
suas arrancadas.
Sem saída de bola, o perigo
estava sempre rondando a área
brasileira. Até o habilidoso zagueiro Juan quase deu dois
contra-ataques ao rival por sair
jogando errado quando tentava
o apoio para desafogar o time.
O primeiro chute brasileiro
veio aos 25min com Ronaldinho. E só então o Brasil passou
a respirar e equilibrar as ações.
Para segurar a pressão da Colômbia, a seleção não se preocupou em jogar feio.
Somente na segunda metade
da primeira etapa o Brasil equilibrou o jogo e passou a ser mais
efetivo com Ronaldinho pelo
seu lado esquerdo.
O saldo da primeira etapa ficou a cargo da arbitragem. O
paraguaio Carlos Amarilla deixou de marcar um pênalti para
cada seleção e provocou reclamações dos dois lados.
Com o 0 a 0 sacramentado no
primeiro tempo, a volta do intervalo mostrou duas seleções
buscando o erro do adversário.
Satisfeito com o empate,
Dunga deu a entender que atacar não era prioridade e sacou
Vágner Love e Robinho para as
entradas do meia Júlio Baptista
e do volante Josué.
Faltando pouco para o final,
Dunga voltou a ter um atacante
com a entrada de Afonso na vaga de Kaká. Mas ele não conseguiu ajudar a seleção a sair do 0
na estréia nas eliminatórias.
(PAULO COBOS)
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