São Paulo, quinta, 15 de outubro de 1998

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Entenda a polêmica que afeta a segunda divisão

da Reportagem Local

Principal torneio de segunda divisão já disputado no país, a Série B do Campeonato Brasileiro está parcialmente paralisada devido a tentativas de "viradas de mesa" e ações no tribunal da CBF.
A principal ação envolve Santa Cruz e Sampaio Corrêa, desencadeada pela escalação de um jogador em situação irregular.
O atacante Anderson Ortega, do Volta Redonda, atuou em várias partidas do time fluminense na primeira fase da competição, mesmo sem contrato válido no Departamento de Registros da CBF.
O Sampaio Corrêa descobriu a irregularidade e entrou com recurso na CBF pedindo os três pontos de seu jogo contra o Volta Redonda, que havia acabado em empate.
O recurso dos maranhenses chegou à CBF dentro do prazo de 48 horas depois da realização da partida. Isso, segundo a entidade que dirige o futebol brasileiro, assegurou os três pontos para o clube, que terminou a primeira fase com a última vaga de seu grupo.
Depois de descoberta a irregularidade, o Santa Cruz, que também enfrentou o Volta Redonda com Anderson Ortega em campo, pediu os pontos da partida na CBF.
Depois de negar inicialmente o pedido dos pernambucanos, alegando o problema do prazo, a CBF, por meio de um ato administrativo, voltou atrás e deu os pontos para o Santa Cruz, o que colocou o time na segunda fase da Série B no lugar do Sampaio Corrêa.
Anteontem, a CBF recuou dessa última decisão e suspendeu os jogos dos envolvidos.
Com toda essa confusão, a CBF cancelou parte dos jogos da Série B até o julgamento final da questão, o que pode ocorrer no sábado.
As duas partes envolvidas na questão têm certeza da vitória.
"Estamos garantidos pela lei", diz José Alberto Moraes, diretor de futebol do Sampaio Corrêa.
O advogado do Santa Cruz, Ildefonso Pereira Neto, rebate.
"Ganhamos no campo e vamos ganhar no Tribunal", diz Pereira, que acusa o diretor do Departamento Técnico da CBF, Gilberto Coelho, pela situação atual.
"Ele se precipitou em nos dar os pontos, sem esperar a decisão do Tribunal. Só agiu assim por má-fé ou incompetência", afirma.
Além dessa polêmica, o Tribunal esteve envolvido em duas causas que poderiam evitar o descenso do Fluminense para a Série C.
Na primeira, o Tribunal não tirou pontos de uma vitória do Paysandu sobre o Fluminense, que alegava a escalação irregular de um jogador pelo time paraense.
Na terça, o time carioca, que já foi conhecido nos anos 70 e 80 como o "Rei do Tapetão" -alusão a recursos ganhos à Justiça desportiva-, não conseguiu anular sua partida contra o alagoano CRB, que terminou empatada.
Na ação, o Fluminense alegava que o juiz daquele jogo, Alexandre Barreto, não poderia voltar atrás na marcação de um pênalti a favor do time depois da pressão dos jogadores do CRB.
Somada as duas tentativas, o Fluminense só conseguiu um voto favorável em oito possíveis. (PC)



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