São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2001

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FUTEBOL

Atacante supera contusão, ganha chance no último jogo das eliminatórias e faz dois gols que tranquilizam seleção

Luizão vira em 2001 o Romário de 1993

DOS ENVIADOS A SÃO LUÍS

Foi o dia de Luizão.
Se Romário foi o ""salvador da pátria" no jogo decisivo das eliminatórias da Copa de 1994, o atacante corintiano foi quem deu ontem alívio ao futebol nacional.
No dia em que completou 26 anos, Luizão presenteou a seleção, o técnico Luiz Felipe Scolari e milhões de torcedores com dois gols em menos de 19 minutos. Assim, pôde respirar um time que havia muito tempo era só tensão.
O centroavante estava sem jogar havia cerca de três semanas, quando deixou, aos prantos, o gramado do Pacaembu em jogo pela Mercosul. Para se recuperar de estiramento em músculo do joelho esquerdo, não enfrentou a Bolívia. Recebeu apoio de Scolari, que não o cortou nem chamou Romário, o herói que fez os gols nos 2 a 0 no Uruguai em 1993.
Na primeira oportunidade real que teve, ele se aproveitou de uma falta de Edílson no zagueiro venezuelano não marcada pelo árbitro Daniel Gimenez, driblou o goleiro Dudamel e tocou para abrir o marcador, ainda aos 12min.
Na segunda chance que recebeu, sete minutos mais tarde, conseguiu finalizar mesmo desequilibrado, colocando a bola no canto esquerdo do goleiro venezuelano.
""Deus não poderia dar um presente tão bom para mim como esse", disse, emocionado, o jogador.
Com 2 a 0 no placar, as coisas ficaram mais fáceis. O plano dos venezuelanos era segurar o Brasil nos primeiros 30 minutos de partida, o que deixaria jogadores e torcedores brasileiros nervosos.
Luizão, com boa presença de área, teve outras duas chances para marcar na primeira etapa.
Com quatro conclusões, Luizão superou a média de 3,9 finalizações por jogo de Rivaldo nas eliminatórias -segundo o Datafolha, o meia-atacante do Barcelona foi quem mais chutou em média por partida no time brasileiro na competição, até o jogo de ontem.
A presença de Luizão contra a Venezuela era dúvida também devido à boa participação de Ronaldinho nos treinos. "Estou doido para entrar em campo e ajudar a seleção a se classificar", havia afirmado o atacante na véspera.
Foi só o terceiro jogo de Luizão nestas eliminatórias. Nas duas primeiras partidas, jogou poucos minutos. Termina a disputa com seus dois gols, portanto, seis a menos do que Rivaldo, artilheiro brasileiro na disputa, empatado com Romário -o atacante fez seus oito gols em três partidas.
Aos 13min do segundo tempo, Luizão foi substituído por ainda não estar em sua melhor condição física. Seu desempenho em campo foi reconhecido pelo público maranhense. Ele foi bastante aplaudido ao deixar o gramado e assumiu, assim, a condição de principal responsável pela vitória. O placar eletrônico ostentou a mensagem de parabéns.
Outro atleta decisivo foi Edílson, ex-desafeto de Scolari que já havia se destacado nos jogos contra Chile e Bolívia. Ele participou dos três gols brasileiros e, como Luizão, acabou substituído.
Com a saída do principal jogador corintiano da atualidade, a seleção criou várias chances para marcar, pois Scolari colocou em campo os velozes e hábeis atacantes Denílson, Ronaldinho e Marcelinho Paraíba. Porém, sem um jogador com grande presença de área, o quarto gol não saiu.
Scolari prometera o time mais ofensivo de sua gestão à frente da seleção. O momento mais ""corajoso" do técnico aconteceu quando o jogo em casa com a Venezuela estava totalmente decidido.
A dupla de ataque brasileira que iniciou a partida se integraria hoje aos seus respectivos times, que passam por péssimo momento no Campeonato Brasileiro.
Luizão viajaria para Brasília, mas seria poupado do jogo contra o Botafogo-RJ pelo técnico Wanderley Luxemburgo. Já Edílson é a maior esperança do ameaçado Flamengo contra o São Paulo, no Morumbi. (FÁBIO VICTOR, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)

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