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FUTEBOL
Atacante supera contusão, ganha chance no último jogo das eliminatórias e faz dois gols que tranquilizam seleção
Luizão vira em 2001 o Romário de 1993
DOS ENVIADOS A SÃO LUÍS
Foi o dia de Luizão.
Se Romário foi o ""salvador da
pátria" no jogo decisivo das eliminatórias da Copa de 1994, o atacante corintiano foi quem deu ontem alívio ao futebol nacional.
No dia em que completou 26
anos, Luizão presenteou a seleção, o técnico Luiz Felipe Scolari e
milhões de torcedores com dois
gols em menos de 19 minutos. Assim, pôde respirar um time que
havia muito tempo era só tensão.
O centroavante estava sem jogar
havia cerca de três semanas,
quando deixou, aos prantos, o
gramado do Pacaembu em jogo
pela Mercosul. Para se recuperar
de estiramento em músculo do
joelho esquerdo, não enfrentou a
Bolívia. Recebeu apoio de Scolari,
que não o cortou nem chamou
Romário, o herói que fez os gols
nos 2 a 0 no Uruguai em 1993.
Na primeira oportunidade real
que teve, ele se aproveitou de uma
falta de Edílson no zagueiro venezuelano não marcada pelo árbitro
Daniel Gimenez, driblou o goleiro
Dudamel e tocou para abrir o
marcador, ainda aos 12min.
Na segunda chance que recebeu, sete minutos mais tarde, conseguiu finalizar mesmo desequilibrado, colocando a bola no canto
esquerdo do goleiro venezuelano.
""Deus não poderia dar um presente tão bom para mim como esse", disse, emocionado, o jogador.
Com 2 a 0 no placar, as coisas ficaram mais fáceis. O plano dos
venezuelanos era segurar o Brasil
nos primeiros 30 minutos de partida, o que deixaria jogadores e
torcedores brasileiros nervosos.
Luizão, com boa presença de
área, teve outras duas chances para marcar na primeira etapa.
Com quatro conclusões, Luizão
superou a média de 3,9 finalizações por jogo de Rivaldo nas eliminatórias -segundo o Datafolha, o meia-atacante do Barcelona
foi quem mais chutou em média
por partida no time brasileiro na
competição, até o jogo de ontem.
A presença de Luizão contra a
Venezuela era dúvida também
devido à boa participação de Ronaldinho nos treinos. "Estou doido para entrar em campo e ajudar
a seleção a se classificar", havia
afirmado o atacante na véspera.
Foi só o terceiro jogo de Luizão
nestas eliminatórias. Nas duas
primeiras partidas, jogou poucos
minutos. Termina a disputa com
seus dois gols, portanto, seis a menos do que Rivaldo, artilheiro
brasileiro na disputa, empatado
com Romário -o atacante fez
seus oito gols em três partidas.
Aos 13min do segundo tempo,
Luizão foi substituído por ainda
não estar em sua melhor condição
física. Seu desempenho em campo foi reconhecido pelo público
maranhense. Ele foi bastante
aplaudido ao deixar o gramado e
assumiu, assim, a condição de
principal responsável pela vitória.
O placar eletrônico ostentou a
mensagem de parabéns.
Outro atleta decisivo foi Edílson, ex-desafeto de Scolari que já
havia se destacado nos jogos contra Chile e Bolívia. Ele participou
dos três gols brasileiros e, como
Luizão, acabou substituído.
Com a saída do principal jogador corintiano da atualidade, a seleção criou várias chances para
marcar, pois Scolari colocou em
campo os velozes e hábeis atacantes Denílson, Ronaldinho e Marcelinho Paraíba. Porém, sem um
jogador com grande presença de
área, o quarto gol não saiu.
Scolari prometera o time mais
ofensivo de sua gestão à frente da
seleção. O momento mais ""corajoso" do técnico aconteceu quando o jogo em casa com a Venezuela estava totalmente decidido.
A dupla de ataque brasileira que
iniciou a partida se integraria hoje
aos seus respectivos times, que
passam por péssimo momento
no Campeonato Brasileiro.
Luizão viajaria para Brasília,
mas seria poupado do jogo contra
o Botafogo-RJ pelo técnico Wanderley Luxemburgo. Já Edílson é a
maior esperança do ameaçado
Flamengo contra o São Paulo, no
Morumbi.
(FÁBIO VICTOR, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)
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