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Santos usa "segredo" como tática
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Embora não disponha de tantas
opções para montar o desfalcado
time do Santos para a partida de
hoje, às 17h, contra o Internacional, em Porto Alegre, o técnico
Cabralzinho decidiu recorrer ao
"segredo" a fim de tentar confundir o treinador adversário, Carlos
Alberto Parreira.
O jogo é um confronto entre
dois adversários diretos pela classificação para a próxima fase do
Brasileiro. Se vencer, o Inter (37
pontos, sexto lugar) praticamente
afastará o Santos (35, décimo) da
disputa por uma das vagas. Uma
vitória santista colocará o time na
zona de classificação, desde que
São Paulo, Palmeiras e Bahia não
ganhem seus jogos na rodada, e
deixará para trás o time gaúcho.
Devido à importância da partida, Cabralzinho não quis comentar ontem a forma de atuar da
equipe e afirmou que somente
momentos antes do jogo divulgará a escalação. "Faz parte. Quando
a gente começa a chegar à reta final, quanto mais dificuldades colocarmos para o adversário, melhor", declarou.
Antes do início do treinamento,
o técnico fez uma reunião com os
jogadores em um dos campos do
CT Rei Pelé, mas, durante a conversa, manteve a imprensa à distância. Encerrado o treino, a estratégia do "segredo" havia contagiado os próprios jogadores.
O volante Marcelo Silva, que no
dia anterior havia garantido que
jogaria, mudou ontem o discurso.
"Voltei a sentir a dor [na coxa direita". Vou fazer um teste amanhã. Se a partida fosse hoje, não
sei se daria", declarou o volante,
que participou normalmente do
bate-bola com os demais atletas
pela manhã.
O atacante Viola, com lesões na
coxa esquerda, também estava
ameaçado de não jogar. Ele se
submeteu a exames, participou
de uma atividade leve e deixou o
treino rapidamente, sem dar declarações, embora o médico Carlos Braga tivesse afirmado que estava liberado para o jogo.
Por trás do mistério, está ainda
o fato de que o estilo da maioria
dos jogadores do Santos é conhecido por Carlos Alberto Parreira,
que treinou o time da Vila Belmiro de 25 de outubro a 21 de novembro do ano passado.
Embora o Santos necessite da
vitória, Cabralzinho sinalizou que
poderá armar o time defensivamente, até mesmo pela presença
de muitos novatos na equipe,
motivada pelos desfalques de três
titulares considerados "experientes" -o zagueiro Cléber e o lateral Leo, suspensos, e o meia Robert, machucado.
"Penso na vitória, mas continuo
querendo crer que uma derrota
não vai nos alijar da classificação.
Costumo falar que, em algumas
circunstâncias, se não dá para ganhar, melhor é não perder", afirmou o treinador.
Caso o zagueiro Pereira, 22 o lateral Leandro, 18, e o meia Canindé, 20, sejam confirmados como
substitutos dos três titulares ausentes, o Santos colocará em campo uma formação com média de
idade de 24 anos. Os mais velhos
do time, o meia-atacante Marcelinho e o atacante Viola, têm 30 e
32 anos, respectivamente.
Na hipótese -improvável-
de Marcelo Silva, 25, não atuar, a
média de idade da equipe cairá
ainda mais se Cabralzinho optar
pelo ex-titular Paulo Almeida, 20,
como substituto.
O treinador não se diz preocupado com o desempenho dos novatos em um jogo decisivo, possivelmente com estádio lotado, na
casa do adversário.
"Como nos velhos tempos, o
Santos está colhendo uma boa safra de jogadores, com condição
técnica, devido a um trabalho
realizado no clube por ex-atletas", declarou.
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