São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2001

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Santos usa "segredo" como tática

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Embora não disponha de tantas opções para montar o desfalcado time do Santos para a partida de hoje, às 17h, contra o Internacional, em Porto Alegre, o técnico Cabralzinho decidiu recorrer ao "segredo" a fim de tentar confundir o treinador adversário, Carlos Alberto Parreira.
O jogo é um confronto entre dois adversários diretos pela classificação para a próxima fase do Brasileiro. Se vencer, o Inter (37 pontos, sexto lugar) praticamente afastará o Santos (35, décimo) da disputa por uma das vagas. Uma vitória santista colocará o time na zona de classificação, desde que São Paulo, Palmeiras e Bahia não ganhem seus jogos na rodada, e deixará para trás o time gaúcho.
Devido à importância da partida, Cabralzinho não quis comentar ontem a forma de atuar da equipe e afirmou que somente momentos antes do jogo divulgará a escalação. "Faz parte. Quando a gente começa a chegar à reta final, quanto mais dificuldades colocarmos para o adversário, melhor", declarou.
Antes do início do treinamento, o técnico fez uma reunião com os jogadores em um dos campos do CT Rei Pelé, mas, durante a conversa, manteve a imprensa à distância. Encerrado o treino, a estratégia do "segredo" havia contagiado os próprios jogadores.
O volante Marcelo Silva, que no dia anterior havia garantido que jogaria, mudou ontem o discurso. "Voltei a sentir a dor [na coxa direita". Vou fazer um teste amanhã. Se a partida fosse hoje, não sei se daria", declarou o volante, que participou normalmente do bate-bola com os demais atletas pela manhã.
O atacante Viola, com lesões na coxa esquerda, também estava ameaçado de não jogar. Ele se submeteu a exames, participou de uma atividade leve e deixou o treino rapidamente, sem dar declarações, embora o médico Carlos Braga tivesse afirmado que estava liberado para o jogo.
Por trás do mistério, está ainda o fato de que o estilo da maioria dos jogadores do Santos é conhecido por Carlos Alberto Parreira, que treinou o time da Vila Belmiro de 25 de outubro a 21 de novembro do ano passado.
Embora o Santos necessite da vitória, Cabralzinho sinalizou que poderá armar o time defensivamente, até mesmo pela presença de muitos novatos na equipe, motivada pelos desfalques de três titulares considerados "experientes" -o zagueiro Cléber e o lateral Leo, suspensos, e o meia Robert, machucado.
"Penso na vitória, mas continuo querendo crer que uma derrota não vai nos alijar da classificação. Costumo falar que, em algumas circunstâncias, se não dá para ganhar, melhor é não perder", afirmou o treinador.
Caso o zagueiro Pereira, 22 o lateral Leandro, 18, e o meia Canindé, 20, sejam confirmados como substitutos dos três titulares ausentes, o Santos colocará em campo uma formação com média de idade de 24 anos. Os mais velhos do time, o meia-atacante Marcelinho e o atacante Viola, têm 30 e 32 anos, respectivamente.
Na hipótese -improvável- de Marcelo Silva, 25, não atuar, a média de idade da equipe cairá ainda mais se Cabralzinho optar pelo ex-titular Paulo Almeida, 20, como substituto.
O treinador não se diz preocupado com o desempenho dos novatos em um jogo decisivo, possivelmente com estádio lotado, na casa do adversário.
"Como nos velhos tempos, o Santos está colhendo uma boa safra de jogadores, com condição técnica, devido a um trabalho realizado no clube por ex-atletas", declarou.


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