|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Ex-técnicos do clube atribuem à desunião entre os jogadores a crise vivida pela equipe no Campeonato Brasileiro
Murtosa e Scolari criticam palmeirenses
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O técnico mais vitorioso da história recente do Palmeiras e seu
fiel escudeiro atribuíram à falta de
união dos atletas a crise vivida pelo clube no Brasileiro-2002.
Tanto Luiz Felipe Scolari como
Flávio Teixeira, o Murtosa, disseram estar convencidos de que os
palmeirenses só estão ameaçados
pelo rebaixamento no Nacional
porque não têm "unidade".
"Quando retornei ao Palmeiras
eu tinha em mente que o grupo
queria a mesma coisa, tinha o
mesmo objetivo. Mas depois vi
que não era nada disso. O que vi
foi um grupo sem unidade. Esse
foi o ponto crucial para minha
saída", disse Murtosa à Folha.
Murtosa foi contratado para
substituir Wanderley Luxemburgo, que foi para o Cruzeiro, ainda
na terceira rodada do Brasileiro.
Ele retornou ao clube, após uma
passagem vitoriosa em 2000, por
indicação de Scolari. Ficou só
quatro jogos (uma vitória e três
derrotas), e pediu demissão com
o time na zona de rebaixamento.
"Que grupo é esse que falavam
que era ótimo? Eu não vi", declarou o ex-auxiliar de Luiz Felipe
Scolari. "Agora estão percebendo
os problemas que tive", completou o técnico, que teria sido boicotado pelos atletas palmeirenses.
Ontem, em entrevista à rádio
Jovem Pan, Scolari, técnico campeão da Libertadores-99 pelo Palmeiras, disse que sabia que o clube teria dificuldade no Brasileiro.
"Me surpreende a manifestação
de atletas no 23º jogo do Brasileiro
falando em se unir. Acho isso absurdo, ridículo", declarou o técnico, ressaltando que não se arrependeu de ter indicado o amigo
Murtosa para o cargo.
Ontem, os jogadores palmeirenses confirmaram que atritos
entre eles ocorreram, mas que as
brigas já foram superadas.
"O início [do campeonato] não
foi legal. Tivemos várias brigas e
todo mundo sabe. Mas o grupo já
contornou essas situações e se entregou como era preciso", disse o
zagueiro Alexandre, que foi pivô
de um desentendimento com o
atacante Nenê.
Já o zagueiro César preferiu atribuir à má fase palmeirense à constante troca de técnicos do time
durante o torneio -além de Luxemburgo, Murtosa e Levir Culpi,
Paulo César Gusmão e Karmino
Colombini dirigiram o time. "Para quem está de fora é fácil falar."
Mas não conseguiu esconder.
"É claro que num grupo com
mais de 30 jogadores sempre existem desavenças."
Culpi, o atual treinador, não
quis entrar em polêmica com seus
colegas nem com seus comandados. "Eu sabia que enfrentaria
problemas quando assumi, mas
confio nesse grupo que sempre
me deu provas contrárias a isso
[desunião] sempre com muito
empenho em campo", disse o técnico, que já afirmou "ter engolido
muitos sapos" no Palmeiras.
Texto Anterior: Boxe - Eduardo Ohata: Torre de Babel Próximo Texto: Alexandre assume culpa e dorme mal Índice
|