São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2006

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RÉGIS ANDAKU

Psiu! Olha ela aí


Enquanto holofotes focam Sharapova e Mauresmo, Henin atropela "queridinhas" e fecha temporada na frente


HÁ TRÊS semanas, o tênis feminino estava pronto -e feliz- para coroar Maria Sharapova, 20, a número um do ano. Não bastasse ser a queridinha da mídia, dos patrocinadores e dos dirigentes, o que por si só já é muito, a russa trazia na bagagem o título do último Grand Slam da temporada e pontos suficientes para ser aclamada "a tenista de 2006".
Justine Henin-Hardenne, 24, chorava e sofria com uma distensão na panturrilha, registrada há quase três meses. A belga estava pronta para enviar uma carta à organização do Masters anunciando sua desistência da última competição do ano, com as oito melhores da temporada.
Em meio ao agito desse tipo de evento, à euforia dos torcedores-fãs e aos holofotes da mídia voltados quase que exclusivamente à loira russa, Henin viajou a Madri e quase passou despercebida. A atenção de todos, se não voltada a Sharapova, registrava apenas Amelie Mauresmo e Martina Hingis.
Pois Henin surpreendeu os desatentos, venceu as melhores do mundo em seis dias e mostrou que seu espírito batalhador é difícil de ser batido. Nas semifinais, derrubou a toda favorita Sharapova. Na final, Mauresmo em sua melhor fase.
Três vezes campeã do Aberto da França, campeã também no Aberto dos EUA e no da Austrália e ouro em Atenas-04, Henin parecia ofuscada neste ano pelas conquistas de Sharapova (nos EUA) e Mauresmo (na Austrália e em Wimbledon).
Mas em todas essas finais lá estava Henin (foi a primeira tenista desde Steffi Graf, em 1993, a disputar as quatro decisões de Grand Slam e a do Masters no mesmo ano).
Para os torcedores-fãs de Sharapova, foi uma pena que, no ano em que "saiu da fila", ela não tenha conseguido fechá-lo como número um. Foi uma pena também que, no ano em que virou "gente grande", Mauresmo tenha perdido justamente para a tenista que venceu em duas finais de Grand Slam.
Enquanto Mauresmo sofre com altos e baixos nos jogos decisivos e Sharapova mostra distrações e problemas de concentração durante as grandes competições, Henin trabalha firme e forte. Falta de confiança como Mauresmo nos momentos decisivos? Não. Distrações, como Sharapova em grandes torneios? Não.
Henin mereceu. Se em 2005 sumiu ao ficar afastada por mais de seis meses por causa de uma contusão no joelho, em 2006 voltou e conquistou cinco títulos, número que nenhuma outra tenista alcançou. Ao receber o troféu e um cheque de US$ 1 milhão de Billy Jean King, ela disse: "Esta é provavelmente a melhor temporada da minha carreira".
No fundo, pouca gente havia percebido isso. E, de verdade, pouca gente parece perceber Henin. A pequena belga briguenta parece estar por aí só com o trabalho de bater as queridinhas na hora certa, levantar o troféu e colocar seu nome no topo.

COPA PETROBRAS
Guillermo Cañas venceu a etapa argentina, ao bater Martin Vassallo Arguelo na final, em Buenos Aires. Nesta semana, Assunção, capital paraguaia, é a sede da última etapa. Em dezembro, o Masters reúne os campeões das etapas no Rio.

FUTURE DE GUARULHOS
O argentino Juan Pablo Villar foi campeão ao bater o brasileiro Thomaz Bellucci na decisão em dois sets, no sábado, no GTC Sports.

COPA FINO
Fernando Fittipaldi, Paula Gonçalves (18 anos), José Pereira Jr., Carolina De Luca (16), Alexandre Schnitman, Vivian Pietraroia (14), Carla Forte, Vitor Pinheiro (12), Rafael Matos e Beatriz Maia (10) ficaram com os títulos da competição, disputada em São Paulo e encerrada no domingo.

reandaku@uol.com.br


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