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Calendário complica defesa de Rebeca
Corte de Arbitragem do Esporte vai julgar caso pendente de 2006, em que nadadora diz ser inocente, só no ano que vem
Comitê Executivo da Odepa, que avaliará fraude com DNA, marcará reunião na semana que vem e pode cassar medalhas do Pan-07
DA REPORTAGEM LOCAL
O calendário anda contra a
defesa da nadadora Rebeca
Gusmão, flagrada em exame
antidoping antes do Pan.
Um caso controverso envolvendo a atleta, que se arrasta
desde maio de 2006, só será
analisado pela Corte de Arbitragem do Esporte (CAS), última instância de julgamento,
em 2008. A entidade divulgou
seu calendário até 16 de janeiro
do ano que vem, e o nome da
brasileira não aparece na lista.
Teste de Rebeca realizado
em 2006 foi considerado normal pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. A
Federação Internacional de
Natação, entretanto, contestou
o resultado. Estranhava os níveis altos de testosterona.
Desde então, o caso vem sendo discutido pelas entidades e
deverá ser julgado pela CAS.
Rebeca alega em sua defesa
que sofre de síndrome de ovários policísticos e, por isso, tem
produção de testosterona acima do normal para mulheres.
Se fosse absolvida, a nadadora, que alega ser inocente, teria
um trunfo para tentar se defender nos casos em que se envolveu durante o período do Pan-Americano do Rio, em julho.
No dia 13, a brasileira testou
positivo para o mesmo hormônio, que tem efeito anabolizante na musculatura. O controle
foi realizado pela Fina, que a
suspendeu preventivamente.
Logo em seguida, a CBDA divulgou que dois dos quatro exames que a atleta fez durante o
Pan tinham DNAs diferentes.
Este caso também pode se arrastar até o ano que vem.
Mario Vázquez Raña, presidente da Organização Desportiva Pan-Americana, está em
Madri para o Congresso Mundial da Wada (Agência Mundial
Antidoping). Na capital espanhola, irá se encontrar com
Eduardo de Rose, chefe do antidoping no Pan e da CBDA.
"Ele deve pegar com o De Rose o informe sobre os casos de
doping do Pan. A reunião deve
ser agendada na semana que
vem", disse à Folha Reynaldo
González, dirigente da Odepa.
O Comitê Executivo da entidade examinará o relatório e
oficializará os casos positivos.
Se punida, Rebeca perderá as
quatro medalhas (dois ouros,
uma prata e um bronze) obtidas nos Jogos do Rio.
Ontem, outra pessoa ligada à
nadadora foi afastada de suas
funções. Seu técnico, Hugo Lobo Filho, foi desligado da etapa
da Copa do Mundo de Belo Horizonte, dos dias 23 a 25. "Decidimos substituí-lo porque é
técnico da Rebeca, e ela não está na equipe", disse Coaracy
Nunes, presidente da CBDA.
Lobo esteve na etapa de
Moscou, nos dias 9 e 10. Rebeca
iria competir, mas foi suspensa. "O visto para a Rússia demora 15 dias, não teríamos
tempo de trocar o técnico. Nem
daria para mandar os atletas
sem um técnico. Pedi um favor
ao Hugo", afirmou Coaracy.
A CBDA confirmou o técnico
Jéferson Neves, de Felipe Lima, como substituto de Lobo.
Em 2005, antes do Mundial
de Montréal, Lobo tivera atritos com a CBDA porque seu
nome não constava da lista dos
treinadores da delegação.
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