Seleção de vôlei perde por 3 sets a 0 para a Itália e leva bronca pública de Zé Roberto, que se diz envergonhado, na Copa do Mundo

Robert Gilhooly/Efe

A italiana Francesca Piccinni tenta passar pelo bloqueio de Paula Pequeno, Walewska e Sheilla na vitória sobre o Brasil, ontem, na Copa do Mundo do Japão

DA REPORTAGEM LOCAL

As 12 jogadoras da seleção foram de cara amarrada para a sala de coletivas em Nagoya. A ordem foi de José Roberto Guimarães. Irritado com a fraquíssima atuação do time, queria que todas dessem explicações sobre a derrota para a Itália.
Os 3 sets a 0 (25/20, 25/23 e 25/19) de ontem, em apenas uma hora e nove minutos, não tiraram as chances do Brasil na Copa do Mundo do Japão, mas abalaram a equipe.
"É muito difícil falar depois de um jogo como esse. Poucas vezes vi o Brasil atuar tão mal. Estou envergonhado. Peço desculpas pela apresentação da equipe, que foi uma vergonha", desabafou o treinador.
Ao ser questionado sobre o motivo de ter levado todo o time para a entrevista, Zé Roberto disse ao repórter que as atletas sabiam a resposta.
Nesta madrugada, o Brasil enfrentaria a Sérvia. A equipe precisaria vencer bem seus dois próximos jogos -pega o Japão às 7h de amanhã- para não depender de outros resultados. Os três primeiros da Copa se classificam para a Olimpíada de 2008. Só a Itália estava invicta.
"Agora vamos seguir na luta pela vaga olímpica. Se analisarmos os números do jogo, veremos que fomos mal em todos os fundamentos. Especialmente no passe, já que jogamos pouco com as primeiras bolas", lamentou Zé Roberto.
O treinador utilizou todas as reservas durante a partida. Sassá chegou a começar o segundo set como titular na vaga de Jaqueline. A atacante, que sofreu uma lesão na perna durante o torneio, fez sua pior atuação na Copa do Mundo e marcou apenas três pontos. A levantadora Fofão, por exemplo, foi responsável por dois tentos.
A Itália foi superior em todos os fundamentos. Foram 50 pontos de ataque, contra 43 das brasileiras, e 9 a 2 no bloqueio. No saque, apesar de as duas equipes terem anotado um ace cada uma, as pancadas das italianas prejudicaram muito mais o trabalho do Brasil.
"Não conseguimos apresentar o mesmo voleibol dos jogos anteriores nem tivemos força para reagir. Cometemos muitos erros", lamentou Fofão.
Curiosamente, a Itália cedeu um ponto a mais em erros do que o Brasil (16 a 15).
A grande arma das européias foi a cubana naturalizada italiana Taismary Aguero. Ela fez 19 pontos. "Aguero é a grande diferença desse time [de torneios anteriores]. A Itália é diferente com ela", afirmou Zé Roberto.