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PRANCHETA DO PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
Quem desequilibra?
O CORINTHIANS não joga
mais no sistema da moda,
mas usa, a cada duas frases, a palavra mais surrada
do futebol: equilíbrio. Mas a
palavra-chave da vitória ante o Cruzeiro foi sofrimento.
Se o Corinthians de Mano
Menezes tinha um pêndulo
para medir as ações entre
defesa, meio-campo e ataque, a equipe do segundo
turno ora expõe zagueiros,
com Adilson, ora espera demais pela hora de soltar os
volantes. Gasta jogos inteiros só marcando. Contra o
Cruzeiro, o gol da vitória só
saiu nos minutos finais e,
para muitos, foi Sandro Ricci quem desequilibrou o jogo
-para mim, não foi pênalti.
A luta do Brasileirão torna-se o duelo ataque x defesa. O sistema defensivo menos vazado é dirigido por
Muricy Ramalho. Nos últimos dez anos, a melhor defesa só foi campeã duas vezes, em 2006 e 2007, ambas
conquistas de Muricy.
O ataque mais positivo
não fica com a taça desde
2006, quando o São Paulo
foi melhor em tudo. O atual
representante do ataque é o
Corinthians. Marcou 61 vezes em 35 partidas, mas só
fez mais do que um gol em
dois dos cinco jogos de Tite.
Se em sua primeira passagem pelo Parque São Jorge,
o técnico venceu 11 vezes por
1 a 0, este reinício também é
marcado pela inanição.
Símbolo de futebol ofensivo na reta de chegada é o
Cruzeiro. Há duas semanas,
Cuca explicou por que não
implanta o 3-4-3 que usou
no Botafogo, em 2007: "Tenho laterais que me permitem jogar no 4-4-2". Mas, no
sábado, lançou Jonathan
como meia-direita, Fabrício
pela esquerda, puxou Marquinhos Paraná para terceiro zagueiro e abriu três atacantes -Thiago Ribeiro,
ponta-direita, Wellington
Paulista, centroavante, e
Gilberto, ponta-esquerda.
No 3-4-3, o Cruzeiro vencerá o título da ousadia.
Mas a taça do Brasileirão
vai para outro lugar.
CRISE NA ARBITRAGEM
Ricardo Teixeira não quer
que Sérgio Corrêa fale de lances polêmicos. Mas não há
nada pior do que o silêncio da
Comissão de Arbitragem. Todos discutem se houve ou não
pênalti de Gil em Ronaldo,
lance como o do pênalti de
Márcio Araújo em Obina na
Sul-Americana. Eu não vi falta. Mas, para muita gente séria, foi. Daí Perrella não ter direito de imitar Belluzzo e dizer
que há corrupção. Daí a CBF
não ter direito de se omitir.
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