RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O que significaria mais um título de melhor jogador do mundo para o tão consagrado Ronaldo? Pouco. O que representaria o rótulo de atleta do ano na eleição promovida pela Fifa para o menos laureado Henry? Quase tudo.
Hoje, a máxima entidade do futebol mundial divulga mais um resultado de sua tradicional escolha de melhor jogador do planeta. Porém vitórias de Ronaldo, 27, mais uma vez "finalista" e favorito inicial, já estão virando tão tradicionais quanto a própria eleição, o que gera críticas ao evento.
Desta vez os concorrentes do brasileiro, vencedor da disputa em 1996, 1997 e 2002 (só ele ganhou três vezes), são os franceses Henry e Zidane. Somente a vitória do atacante do Arsenal soaria como novidade, pois o meia do Real Madrid já levou o troféu em duas oportunidades (1998 e 2000).
Desde 1991, técnicos de seleções nacionais votam na eleição da Fifa. Neste ano, 142 treinadores participaram. Todos escolheram os seus três jogadores preferidos (um técnico não pode votar em um jogador de sua seleção).
A popularidade de Ronaldo em todo mundo deu a ele, desde o anúncio dos "finalistas", um leve favoritismo. Mas notícias que vazaram dão conta de que ele será batido -parte da imprensa européia aponta vitória de Henry, 26, e Joseph Blatter, presidente da Fifa, ventilou o triunfo de Zidane, 31.
Ronaldo foi campeão espanhol com o Real Madrid, assim como Zidane. Mas se destacou com muitos gols -foram 23 no Espanhol, marca que não bastou para ele ser o artilheiro do torneio.
Henry, por sua vez, não conseguiu o título inglês. Seu Arsenal foi superado pelo Manchester United, mas o atacante brilhou com seus 24 gols -também não foi o goleador da competição.
Na Copa dos Campeões, principal interclubes europeu, os três sucumbiram. O Arsenal caiu cedo, e o Real Madrid parou nas semifinais após perder da Juventus -houve inédita decisão italiana.
As seleções brasileira e francesa conseguiram se manter na ponta do ranking da Fifa e do futebol mundial, mas Ronaldo custou a marcar na gestão de Carlos Alberto Parreira. Fez apenas três gols, todos no final da temporada, nas eliminatórias da Copa do Mundo.
Henry e Zidane ajudaram a França a obter tranquila classificação para a Eurocopa. O atacante brilhou mais que o meia neste ano -foi campeão e artilheiro da Copa das Confederações-, mas o estilo refinado de Zidane, na seleção e no Real Madrid, angaria muitos admiradores.
No ano passado, Ronaldo venceu com larga vantagem a eleição da Fifa. Devido ao seu desempenho na Copa, quando foi campeão e artilheiro, acumulou 387 pontos na votação, contra 171 do goleiro alemão Kahn -esse levara o prêmio de melhor da Copa.
Neste ano, a expectativa é que a eleição seja mais acirrada. Ronaldo ganhou a "Bola de Ouro", prêmio dado ao melhor atleta em atividade na Europa, em 2002, mas não está entre os favoritos nesta temporada. Henry, dentre os "finalistas" da Fifa, está mais cotado.
Além da eleição masculina, a Fifa anunciará também a melhor jogadora do mundo. Nesse caso, a mesmice seria a vitória da norte-americana Mia Hamm. Mas tudo indica que a alemã Birgit Prinz, que simboliza a novidade, ganhará o prêmio, pois foi campeã e artilheira do Mundial nos EUA.
No total, cem treinadores de seleções femininas votaram na eleição para a melhor atleta do ano.


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