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São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

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FUTEBOL

Com Iarley, time argentino conquista o Mundial interclubes anulando Cafu e Kaká no jogo e Dida nas penalidades

Boca surpreende Milan até nos pênaltis

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Boca Juniors de Iarley superou ontem o Milan de Dida, Cafu e Kaká em Yokohama, no Japão, e conquistou pela terceira vez em sua história o título do Mundial interclubes. Após um empate em 1 a 1 no tempo normal e uma prorrogação sem muita emoção, a equipe argentina levou a melhor na disputa de pênaltis por 3 a 1.
Agora, o time da Bombonera se junta a Nacional, Milan, Peñarol e Real Madrid na seleta lista dos maiores campeões mundiais.
O técnico Carlos Bianchi, do Boca Juniors, conseguiu travar as principais jogadas do rival italiano e obteve sua terceira conquista da nobre disputa -já vencera em 1994, com o Vélez Sarsfield, e em 2000, com o próprio Boca Juniors. Nenhum outro técnico levantou três taças do Mundial interclubes.
"Você tem que dar crédito ao Boca Juniors. Seus defensores se fecharam bem, e o goleiro [Abbondanzieri] fez algumas grandes defesas", disse Carlo Ancelotti, treinador do Milan que diz ter sido merecido o título do Boca.
Os dois times sofreram com contusões. Nesta não pôde formar dupla de zaga com Maldini, e Costacurta atuou todo o tempo -até errou bisonhamente uma cobrança na disputa de pênaltis. Inzaghi, que também era dúvida devido a uma lesão, começou no banco de reservas e entrou só na segunda etapa no lugar de Tomasson. O mesmo ocorreu com Tévez, jogador mais badalado do Boca Juniors -ele foi a campo só aos 27min do segundo tempo.
Os dois gols da partida aconteceram na primeira etapa. O Milan conseguiu sair na frente após um lançamento de Pirlo que encontrou Tomasson -a bola passou pelo ucraniano Shevchenko. O dinamarquês tocou por baixo do goleiro Abbondanzieri.
Cinco minutos depois, o Boca Juniors chegou ao empate em jogada que teve participação de Iarley, ex-atleta do Paysandu que foi contratado pelo time argentino após a conquista da Libertadores.
Iarley finalizou, Dida deu rebote, e Donnet tocou para o gol.
A partida estava bastante movimentada, diferentemente das últimas edições do Mundial interclubes. Dois minutos após o 1 a 1, Kaká mandava uma bola na trave de Abbondanzieri. O grande público no estádio Yokohama, palco da final da Copa de 2002, delirava.
Kaká e Iarley confirmavam com a titularidade e com a atuação em campo por que foram os jogadores brasileiros contratados por times estrangeiros nesta temporada que tiveram o melhor ano.
O ex-são-paulino, com bastante vontade na partida de ontem, foi até punido com cartão amarelo.
No segundo tempo, o ritmo caiu um pouco. Maldini e Kaká tiveram chances de colocar o Milan em vantagem aos 17min e aos 22min da segunda etapa, mas não concluíram bem as jogadas quando estavam de frente para Abbondanzieri já na pequena área.
Os dois treinadores apostaram em armas nada secretas que eram suplentes. Inzaghi e Tévez foram para uma espécie de ""sacrifício" por não estarem com suas melhores condições físicas. No Milan, Kaká ainda deu lugar a Rui Costa.
As modificações foram melhores para o Boca Juniors, que passou a criar boas oportunidades. Na melhor delas, aos 45min do segundo tempo, Iarley serviu Tévez na entrada da área, e o atacante que abandonou a seleção argentina sub-20 para jogar o Mundial interclubes chutou pouco acima do travessão, assustando Dida.
Na prorrogação, poucas oportunidades aconteceram. Abbondanzieri fez a melhor defesa do jogo aos 2min do segundo tempo ao desviar um tiro de Shevchenko da pequena área -o ucraniano matou a bola no peito com estilo e girou rápido, mas o goleiro brilhou.
Inzaghi conseguiu depois colocar a bola no fundo da rede com uma cabeçada, mas estava impedido. O jogo foi para os pênaltis.
Cafu, que também recebeu cartão amarelo, nem chegou a bater. Pirlo, Seedorf e Costacurta falharam nas cobranças. Dida, especialista em defender penalidades, pegou "só" o chute de Battaglia.
"Nós somos costumeiramente confiáveis nos pênaltis, mas hoje, por alguma razão, não conseguimos completar o trabalho", disse, resignado, o técnico Ancelotti.


Com agências internacionais

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