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FUTEBOL
Com Iarley, time argentino conquista o Mundial interclubes anulando Cafu e Kaká no jogo e Dida nas penalidades
Boca surpreende Milan até nos pênaltis
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Boca Juniors de Iarley superou ontem o Milan de Dida, Cafu
e Kaká em Yokohama, no Japão, e
conquistou pela terceira vez em
sua história o título do Mundial
interclubes. Após um empate em
1 a 1 no tempo normal e uma
prorrogação sem muita emoção,
a equipe argentina levou a melhor
na disputa de pênaltis por 3 a 1.
Agora, o time da Bombonera se
junta a Nacional, Milan, Peñarol e
Real Madrid na seleta lista dos
maiores campeões mundiais.
O técnico Carlos Bianchi, do Boca Juniors, conseguiu travar as
principais jogadas do rival italiano e obteve sua terceira conquista
da nobre disputa -já vencera em
1994, com o Vélez Sarsfield, e em
2000, com o próprio Boca Juniors.
Nenhum outro técnico levantou
três taças do Mundial interclubes.
"Você tem que dar crédito ao
Boca Juniors. Seus defensores se
fecharam bem, e o goleiro [Abbondanzieri] fez algumas grandes
defesas", disse Carlo Ancelotti,
treinador do Milan que diz ter sido merecido o título do Boca.
Os dois times sofreram com
contusões. Nesta não pôde formar dupla de zaga com Maldini, e
Costacurta atuou todo o tempo
-até errou bisonhamente uma
cobrança na disputa de pênaltis.
Inzaghi, que também era dúvida
devido a uma lesão, começou no
banco de reservas e entrou só na
segunda etapa no lugar de Tomasson. O mesmo ocorreu com
Tévez, jogador mais badalado do
Boca Juniors -ele foi a campo só
aos 27min do segundo tempo.
Os dois gols da partida aconteceram na primeira etapa. O Milan
conseguiu sair na frente após um
lançamento de Pirlo que encontrou Tomasson -a bola passou
pelo ucraniano Shevchenko. O dinamarquês tocou por baixo do
goleiro Abbondanzieri.
Cinco minutos depois, o Boca
Juniors chegou ao empate em jogada que teve participação de Iarley, ex-atleta do Paysandu que foi
contratado pelo time argentino
após a conquista da Libertadores.
Iarley finalizou, Dida deu rebote, e Donnet tocou para o gol.
A partida estava bastante movimentada, diferentemente das últimas edições do Mundial interclubes. Dois minutos após o 1 a 1, Kaká mandava uma bola na trave de
Abbondanzieri. O grande público
no estádio Yokohama, palco da final da Copa de 2002, delirava.
Kaká e Iarley confirmavam com
a titularidade e com a atuação em
campo por que foram os jogadores brasileiros contratados por times estrangeiros nesta temporada que tiveram o melhor ano.
O ex-são-paulino, com bastante
vontade na partida de ontem, foi
até punido com cartão amarelo.
No segundo tempo, o ritmo caiu
um pouco. Maldini e Kaká tiveram chances de colocar o Milan
em vantagem aos 17min e aos
22min da segunda etapa, mas não
concluíram bem as jogadas quando estavam de frente para Abbondanzieri já na pequena área.
Os dois treinadores apostaram
em armas nada secretas que eram
suplentes. Inzaghi e Tévez foram
para uma espécie de ""sacrifício"
por não estarem com suas melhores condições físicas. No Milan,
Kaká ainda deu lugar a Rui Costa.
As modificações foram melhores para o Boca Juniors, que passou a criar boas oportunidades.
Na melhor delas, aos 45min do segundo tempo, Iarley serviu Tévez
na entrada da área, e o atacante
que abandonou a seleção argentina sub-20 para jogar o Mundial
interclubes chutou pouco acima
do travessão, assustando Dida.
Na prorrogação, poucas oportunidades aconteceram. Abbondanzieri fez a melhor defesa do jogo aos 2min do segundo tempo ao
desviar um tiro de Shevchenko da
pequena área -o ucraniano matou a bola no peito com estilo e girou rápido, mas o goleiro brilhou.
Inzaghi conseguiu depois colocar a bola no fundo da rede com
uma cabeçada, mas estava impedido. O jogo foi para os pênaltis.
Cafu, que também recebeu cartão amarelo, nem chegou a bater.
Pirlo, Seedorf e Costacurta falharam nas cobranças. Dida, especialista em defender penalidades, pegou "só" o chute de Battaglia.
"Nós somos costumeiramente
confiáveis nos pênaltis, mas hoje,
por alguma razão, não conseguimos completar o trabalho", disse,
resignado, o técnico Ancelotti.
Com agências internacionais
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