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MEMÓRIA
Brasil e Itália já se calaram para protestar
DA REPORTAGEM LOCAL
A tática do silêncio adotada
pelos são-paulinos ontem em
Tóquio encontra no mínimo
três precedentes importantes
no futebol brasileiro e mundial.
O primeiro deles foi em junho de 1973, quando a seleção
comandada por Zagallo recebeu críticas, no Brasil, pelo então mau momento técnico.
O revide do grupo veio por
meio do "Manifesto de Glasgow", adotado na Escócia após
vitória de 1 a 0 sobre a seleção
local em amistoso. Os líderes
da "lei do silêncio" foram João
Havelange, presidente da CBD
(Confederação Brasileira de
Desportos), e o goleiro Leão.
Nove anos depois, na Copa
de 1982, foi a vez de a Itália ignorar a imprensa de seu país.
Os italianos abriram o Mundial da Espanha em verdadeira
guerra com a mídia, que questionava o fraco desempenho da
seleção na primeira fase.
O conflito descambou quando jornais da Itália insinuaram
que alguns jogadores eram homossexuais e promoviam orgias na concentração. Os atletas
iniciaram greve de entrevistas,
só interrompida com o título,
após vitória de 3 a 1 sobre a Alemanha Ocidental na decisão.
Em 1985, a seleção brasileira
voltou a evitar os jornalistas,
após derrotas seguidas em
amistosos para Colômbia e
Chile. O técnico Evaristo Macedo liderou o movimento chamado de "Silêncio de Santiago". De acordo com o treinador, a atitude foi tomada após
divulgação de notícias de que
os atletas que jogavam na Itália
estavam tumultuando a rotina
do grupo verde-amarelo.
Em clubes, a "mordaça" foi
adotada, por exemplo, no Corinthians de 1999, irritado com
notícias sobre abusos na noite.
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