São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

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MEMÓRIA

Brasil e Itália já se calaram para protestar

DA REPORTAGEM LOCAL

A tática do silêncio adotada pelos são-paulinos ontem em Tóquio encontra no mínimo três precedentes importantes no futebol brasileiro e mundial.
O primeiro deles foi em junho de 1973, quando a seleção comandada por Zagallo recebeu críticas, no Brasil, pelo então mau momento técnico.
O revide do grupo veio por meio do "Manifesto de Glasgow", adotado na Escócia após vitória de 1 a 0 sobre a seleção local em amistoso. Os líderes da "lei do silêncio" foram João Havelange, presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos), e o goleiro Leão.
Nove anos depois, na Copa de 1982, foi a vez de a Itália ignorar a imprensa de seu país.
Os italianos abriram o Mundial da Espanha em verdadeira guerra com a mídia, que questionava o fraco desempenho da seleção na primeira fase.
O conflito descambou quando jornais da Itália insinuaram que alguns jogadores eram homossexuais e promoviam orgias na concentração. Os atletas iniciaram greve de entrevistas, só interrompida com o título, após vitória de 3 a 1 sobre a Alemanha Ocidental na decisão.
Em 1985, a seleção brasileira voltou a evitar os jornalistas, após derrotas seguidas em amistosos para Colômbia e Chile. O técnico Evaristo Macedo liderou o movimento chamado de "Silêncio de Santiago". De acordo com o treinador, a atitude foi tomada após divulgação de notícias de que os atletas que jogavam na Itália estavam tumultuando a rotina do grupo verde-amarelo.
Em clubes, a "mordaça" foi adotada, por exemplo, no Corinthians de 1999, irritado com notícias sobre abusos na noite.


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