São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

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Itinerante e longo, Paulista-08 não poupa grandes

Disputa em São Paulo, que começa hoje, exige mais viagens e tem mais datas que os torneios congêneres de RJ, MG, RS

Partidas marcadas para as 11h, com parada técnica, e tradicionais estádios interditados incrementam dificuldades da competição

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Campeonato Paulista pode não ser o melhor Estadual do país, mas é, para os seus principais clubes, o mais desgastante. Comparando com os outros Estaduais de forte peso, fica claro que a competição em São Paulo, que dá a largada hoje com cinco partidas, exige muito mais de seus grandes clubes.
Com 20 participantes mais uma vez, a disputa tem uma primeira fase mais extensa que os torneios de Rio, Minas Gerais e Rio Grande Sul.
Se Estadual do Rio os grandes não farão viagens, nem mesmo curtas, São Paulo e Palmeiras podem fazer 9 cada um, Corinthians 10 e Santos 11 até o título. Esses números podem ainda aumentar com mandos de campo fora da capital (o Palmeiras receberá ao menos três rivais em Barueri). No caso do Santos, chegaria a 13 se a federação impuser que finais e semifinais sejam na capital.
No Rio, o Maracanã abrigará todos as partidas de Flamengo e Fluminense, que estão na Libertadores. Botafogo e Vasco, que estão na Copa do Brasil, mandarão jogos contra pequenos, respectivamente, no Engenhão e em São Januário.
No Campeonato Mineiro, Cruzeiro ou Atlético-MG podem ser campeões fazendo apenas 15 jogos e viajando só seis vezes, muito possivelmente -no máximo, um deles fará sete viagens, mas isso só ocorrerá se não houver o clássico na semifinal ou na final. Dessa forma, podem se dedicar com mais fôlego às importantes disputas paralelas que têm pela frente.
No Campeonato Gaúcho, as viagens podem variar de seis a dez partidas para Internacional e Grêmio -o primeiro faz seis jogos fora de casa na fase inicial, um a menos que o arqui-rival, com quem só pode cruzar no mata-mata. Para viajarem dez vezes, os gremistas teriam que evitar o Inter.
Em São Paulo, além de mais jogos e mais viagens, os times atuarão em vários horários diferentes, um até extremamente desgastante. Os jogos marcados para as 11h já ganharam como ""refresco" parada técnica, para os jogadores se hidratarem.
A parada nessas partidas será de dois minutos (aos 20 minutos do segundo tempo) e foi uma solicitação do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo.
Maior que os principais ""co-irmãos", o Campeonato Paulista começa mais cedo que os Estaduais de Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O segundo jogo da final (o sistema de disputa é o mesmo do ano passado) acontecerá no dia 4 de maio, seis dias antes do início do Campeonato Brasileiro.
Dois grandes do Estado, Santos e São Paulo, disputarão a Libertadores paralelamente ao Paulista. Os outros dois, Corinthians e Palmeiras, já têm programadas viagens também pela Copa do Brasil.
O Estadual mais rico do país começa com vários estádios fora de uso, como Pacaembu e Parque Antarctica (em reformas) e Anacleto Campanella e Canindé (interditados), o que obrigará os mandantes habituais dessas praças a se deslocarem para mais longe.
O clima de verão em São Paulo também pode dar canseira extra para os times. Algumas regiões do Estado sofrem com pesadas chuvas -no São Paulo, por exemplo, há o temor de que o campo do Guaratinguetá seja um grande obstáculo devido às esperadas chuvas para amanhã na cidade que abrigará o jogo.
A Federação Paulista de Futebol mantém pelo segundo ano seguido o Torneio do Interior, disputa para os pequenos de fora da capital que não avançarem à fase semifinal. Esse ""campeão do interior" fatura R$ 250 mil, metade do que ganhará o vice do Paulista.
Houve um aumento na premiação em relação ao ano passado. O campeão estadual ficará com R$ 2 milhões -em 2007, o Santos abocanhou R$ 1,5 milhão pelo bicampeonato.


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