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Tumulto ocorre em área improvisada do estádio
DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC
Policiais e torcedores corintianos têm versões diferentes
para o conflito no final do clássico. O certo é que a confusão
ocorreu numa área improvisada para receber a torcida visitante. E que parte dela passou o
jogo depredando o local.
A Folha acompanhou a partida no setor Visa reservado
aos corintianos, que pagaram
R$ 90. Lá viu cordas e madeiras
usadas para separar corintianos e são-paulinos não uniformizados. Ao mesmo tempo, vidros à prova de bala dividiam a
própria torcida do Corinthians.
Do lado de fora, o muro que
servia de divisão foi completado com madeira.
Pouco antes da confusão, que
deixou feridos, houve correria
no setor Visa. Começou a chover, e a PM não permitia que os
torcedores saíssem até que os
são-paulinos deixassem o estádio. A multidão tentou forçar a
passagem, mas foi contida.
Segundo torcedores feridos,
foi algo semelhante que gerou
o tumulto minutos depois, mas
no setor das organizadas.
"A gente estava querendo se
proteger da chuva. Ai ouvimos
barulhos de bombas, e as pessoas começaram a correr. Vi
crianças sendo pisoteadas",
afirmou Marcos Amauri, atendido no Pronto-Socorro de
Campo Limpo com ferimento
numa das pernas.
O corredor da área destinada
aos corintianos, que serve justamente como acesso às arquibancadas, estava mais estreito
devido à construção de um muro, o que prejudica a circulação.
Para a PM, no entanto, foi
uma bomba, provavelmente
caseira, que iniciou o tumulto.
"Jogaram uma bomba do estacionamento do estádio na direção da Gaviões da Fiel. Eles começaram a correr e atacaram
um tenente. Só foram contidos
com três bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo", afirmou o tenente-coronel Hervando Luiz Velozo.
Segundo ele, dois policiais ficaram feridos levemente.
A versão é contestada pela
diretoria do São Paulo. Isso
porque o estacionamento do
qual teria sido jogada uma
bomba é para diretores e proprietários de cadeiras cativas.
No posto médico do Morumbi, foram atendidos 31 torcedores. Oito foram encaminhados
para hospitais. Além deles, outras vítimas procuraram por
conta própria hospitais.
De acordo com Velozo, o socorro às vítimas foi prejudicado porque a equipe médica
contratada pelo São Paulo já tinha deixado seu posto próximo
ao local do tumulto quando ele
aconteceu, por volta das 19h.
Torcedores feridos ficaram
deitados nas arquibancadas esperando atendimento.
Antes da confusão, corintianos deixavam o estádio arrancando cadeiras e placas. Dois
diretores do São Paulo reclamaram de terem seus carros
danificados por uma mangueira do equipamento contra incêndio e uma cadeira.
"Esse episódio mostrou que
estamos certos em diminuir o
espaço dos visitantes. Não podemos expor nosso patrimônio", disse Marco Aurélio Cunha, vereador pelo DEM e superintendente do São Paulo.
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