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Federação vira "vidraça" para rivais do Morumbi
São Paulo escala sete reservas, e Corinthians pede saída de chefe da arbitragem
Para "alfinetar" FPF, diretoria
tricolor prioriza Libertadores,
e corintianos afirmam que
houve interferência externa
em decisão do juiz na partida
DA REPORTAGEM LOCAL
Em litígio durante a semana,
São Paulo e Corinthians bateram juntos na FPF (Federação
Paulista de Futebol) ontem.
Inimigos da federação, os são-paulinos escalaram reservas
também para esvaziar o Estadual. Enquanto corintianos pediram mudança na Comissão
de Arbitragem da entidade,
após supostas falhas no jogo.
Desde o ano passado, a diretoria do clube do Morumbi cogitava escalar reservas no Paulista. Seria uma represália ao
presidente da FPF, Marco Polo
Del Nero, que fez acusações
contra os são-paulinos de tentarem influenciar a arbitragem
no Brasileiro-2008. O clube já
foi inocentado pela Justiça
Desportiva, enquanto o cartola
segue investigado.
Com a estreia na Libertadores na quarta, o técnico Muricy
Ramalho perguntou à cúpula
do clube qual torneio deveria
priorizar. Na sexta, os cartolas
lhe disseram que o continental
era prioritário. Resumo: Muricy escalou sete reservas.
"Foi a decisão correta. Foi
comunicado ao Muricy que a
prioridade era a Libertadores.
E é sempre bom dar uma alfinetada na federação", disse o
diretor de futebol do São Paulo,
João Paulo de Jesus Lopes.
O time do Morumbi ainda
pode escalar reservas contra o
Santos, que também precede
jogo na Libertadores. A equipe
já vinha tratando o Paulista
quase como pré-temporada.
Os ataques da diretoria do
Corinthians à FPF foram após
o jogo. O técnico Mano Menezes disse ter certeza de que o árbitro José Henrique de Carvalho foi avisado por uma pessoa
de fora do campo da agressão
de Túlio a André Dias, que gerou a expulsão do corintiano.
"Estamos adotando um sistema que é ilegal e fere as regras
da Fifa. Quando o auxiliar observa qualquer coisa anormal,
ele avisa e não fez isso. Foi
usando a interferência externa", afirmou o técnico.
Em seguida, o vice de futebol
do Corinthians, Mário Gobbi,
pediu a saída do presidente da
Comissão de Arbitragem, Marcos Marinho. "Mais uma vez falou alguém pelo ponto eletrônico. Peço a demissão do presidente da comissão", disse o cartola, que, apesar disso, fez elogios à gestão de Del Nero.
Um dos responsáveis pela arbitragem na FPF negou interferência externa sobre a decisão do juiz. "Não há a menor
possibilidade de isso acontecer.
A comunicação eletrônica é só
entre o trio de arbitragem. Seria um absurdo se nós, da Comissão de Arbitragem, cometêssemos um erro desse", falou
Roberto Perazzi, da escola de
juízes da federação.
(EDUARDO ARRUDA E RODRIGO MATTOS)
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