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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
O clássico dos 10%
UMA DAS maiores críticas que se faz a Muricy Ramalho é não
saber mexer no time. Dizem
que demora demais, que mexe de menos. Dizem que se
atrapalha quando tem opções
demais no banco de reservas.
Recomenda-se a esses críticos
que vejam o teipe de São Paulo 1x1 Corinthians de ontem.
Dizem de Mano Menezes
que sabe mexer com suas peças. Sabe mesmo. Mas, ontem,
a única explicação para o técnico corintiano barrar Souza,
escalar Douglas e Jorge Henrique no ataque era a tentativa de confundir a zaga são-paulina. Sem atacantes fixos,
os três zagueiros tricolores
não teriam a quem marcar,
pensava o treinador corintiano. O tiro saiu pela culatra.
Como não tinham a quem
marcar, Renato Silva e Rodrigo saíam para jogar. Na época
em que Muricy era jogador, a
palavra da moda era polivalência. Como técnico, ele nunca tocou nesse assunto. Nem
precisava.
Em dez minutos, sem terem a quem marcar próximo à
grande área, Renato Silva começou a se lançar pelo lado
direito. Rodrigo a sair pela esquerda. Em vez de ser marcado por Rodrigo, Jorge Henrique começou a marcá-lo.
Então, Mano Menezes mudou. No intervalo, após ser
dominado por todo o primeiro tempo, escalou Souza no
lugar de Morais. Em 15 minutos, Muricy percebeu que havia agora um atacante para
marcar. Mas não dois, porque
Jorge Henrique preenchia o
meio-de-campo. Então, Muricy trocou o zagueiro Rodrigo pelo armador Hernanes.
Até ali, o retrato do jogo tinha se dado aos 24 minutos.
Wágner Diniz se mandou até
a linha de fundo. André Santos largou a marcação, e a jogada são-paulina chegou perfeita à grande área. Caiu no pé
de André Lima, e o resultado
foi uma furada espetacular.
Faltavam Borges no time para
concluir, Hernanes para criar.
Muricy trocou um zagueiro
por um armador, porque só tinha um atacante para marcar.
E colocou o pé certeiro de
Borges para definir o jogo aos
29 minutos. E dizem que Muricy não sabe mexer.
A alteração de Mano, com a
entrada de Boquita, também
interferiu no jogo. Boquita só
entrou porque o técnico sabe
quem tem no banco. Mas Muricy foi melhor em 90%. Em
campo, o Corinthians também ficou com 10%.
TRANQUILIDADE
O duelo Ney Franco x Cuca tem sido caracterizado
por calma, de um lado, e nervos à flor da pele de outro.
Ontem, o Flamengo se deslocava muito, mas isso só
abria espaço para o rival. Novos duelos virão. E trarão a
lembrança de que, nos jogos
históricos, o time de Cuca
encantava, o de Ney vencia.
A SEQUÊNCIA
O Atlético-MG não vence
o arquirrival desde o primeiro jogo das finais do Estadual
de 2007, quando marcou 4 a
0. Ontem, o Cruzeiro fechou
a melhor sequência da história do duelo, em dez jogos,
com nove vitórias e um empate. E poupou Wágner e Jonathan. Há chance na Libertadores para o Cruzeiro.
BOA SOLUÇÃO
No time do Vitória, o treinador Vágner Mancini costumava escalar sua equipe com dois volantes, três meias e
um atacante. No Santos, ele terá gente com a característica ideal para repetir esse sistema tático. Roberto Brum e
Rodrigo Souto atuam como volantes. Já Madson, Lúcio
Flávio e Bolaños jogam como meias, e Kléber Pereira, como centroavante. Essa é somente uma das vantagens de Vágner Mancini depois da saída de Márcio Fernandes.
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