|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PÓLO
Primo do presidente são-paulino coleciona troféus da modalidade na Argentina, país que é um trauma para os tricolores
Clã Gouvêa galopa onde o São Paulo pasta
LUÍS FERRARI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Argentina, de longe o pior lugar do mundo para o São Paulo,
virou agora um recreio para a família do presidente são-paulino,
Marcelo Portugal Gouvêa.
O país que é referência mundial
no pólo viu no final do ano passado Ricardo Portugal Gouvêa e sua
equipe, Fazenda Cabreúva, faturar o Torneio Campanha do Deserto e a Copa Presidente, duas
tradicionais disputas na Argentina, onde o São Paulo perdeu todas as partidas na Libertadores
-não fez nenhum gol nelas- e
venceu só um de seus 19 confrontos oficiais: 3 a 2 no Boca Juniors
pela Supercopa, dez anos atrás.
Ricardo, ou Rick, como é chamado na família, é primo do presidente tricolor e mantém a tradição Gouvêa no pólo. ""Jogo há uns
dez anos. Comecei a montar com
três anos de idade, na fazenda da
família", disse o polista (hoje com
34), que viveu um ano na Argentina para crescer na modalidade.
O pai de Ricardo, que tem o
mesmo nome de Rick, mas o apelido de Tai, já tinha se destacado
antes no pólo. ""Ele começou no
esporte há uns quarenta anos. É
da segunda geração do pólo no
país", afirma Ricardo, que se prepara para a abertura da temporada no Brasil, no final deste mês.
""Eu acompanhei a carreira do
Ricardo pai. Chegava sempre
quebrado em casa e contava que
era o jogo de pólo. Não sabia que
o Ricardo filho estava tão bem no
esporte. Fico feliz", disse o presidente do São Paulo, que não poderá viajar à Argentina para ver o
duelo contra o Quilmes hoje.
""Gosto da Argentina. Já fui
umas dez ou 12 vezes passear lá.
Assisti a dois jogos na Argentina,
um da seleção. Desta vez, não pude ir", disse Marcelo Portugal
Gouvêa, que pertence ao braço da
família que não seguiu o pólo.
Tradicionalmente praticado
por nobres ingleses, o pólo sempre foi associado à aristocracia
por exigir altos investimentos.
"Para disputar um torneio, incluindo a contratação de jogadores, o transporte e cuidados com
os cavalos, gasto US$ 100 mil [R$
270 mil]", diz Rick, cujo clube de
coração também tem imagem ligada à elite desde os seus primórdios -ele, aliás, tinha como avô
Sebastião Portugal Gouvêa, um
dos fundadores do clube.
Ele costuma usar oito cavalos
por jogo. "Mas em partidas importantes, como finais, tenho dez
à disposição." Deu até nome de
ídolos são-paulinos aos animais.
""Raí era um bom cavalo."
Para ajudar no custeio, ele conta
com o patrocínio de um escritório
de advocacia, a primeira empresa
do gênero a estampar seu logotipo em uniformes da modalidade.
"O pólo é ligado à elite. Para o
escritório, especializado em direito internacional e imobiliário, incentivá-lo pode render clientes",
diz o advogado David Goldshmidt, para quem a vantagem do
patrocínio é o acesso a investidores estrangeiros, fãs do "jogo dos
príncipes", esporte responsável
pelo início de um namoro nobre.
Foi numa partida de pólo, em
1970, que o príncipe Charles, futuro rei inglês, conheceu a sua noiva, Camilla Parker-Bowles.
Texto Anterior: Ronaldo vira padrinho de alternativa à F-1 Próximo Texto: Saiba mais: Zero a zero não é regra no início de cada partida Índice
|