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Após receber escolta do tráfico, Love irá depor
Atacante é filmado em baile com homens armados
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O atacante Vagner Love será
chamado para depor na polícia
após ser filmado em um baile
funk, na favela da Rocinha (zona sul do Rio), escoltado por
traficantes. O anúncio foi feito
pelo chefe de polícia da capital,
delegado Ronaldo Oliveira.
""Vamos fazer uma análise do
que ocorreu lá e devemos indiciá-lo. Ninguém imagina que
ele foi ao baile sem conhecer
ninguém na comunidade", disse Oliveira, que já pediu as imagens mostradas anteontem no
""Fantástico", da Rede Globo.
O programa exibiu uma reportagem em que o atacante do
Flamengo é recebido em um
baile funk na Rocinha por traficantes armados. As imagens foram registradas no dia 27 de fevereiro, horas depois de o Flamengo ter vencido o Macaé por
4 a 1, com dois gols de Love.
Na Rocinha, o atacante foi levado ao lado de traficantes para
a quadra, onde era realizado o
baile funk. Ele deixou seu carro
importado preto na entrada da
favela e foi acompanhado por
dois homens armados.
O jogador não deu entrevista
ontem na Gávea. Treinou e foi
direto para a concentração do
Flamengo, que enfrenta a Universidad de Chile, pela Libertadores, amanhã. Dificilmente
Love irá depor à polícia antes
da partida em Santiago.
Para a Globo, o atacante disse
que foi ao baile celebrar a vitória. Afirmou realizar programas sociais em comunidades
carentes e manter contato com
amigos antigos em favelas.
A Rocinha é a maior favela da
zona sul. Ela e o Vidigal são as
únicas comunidades da área
que ainda não receberam um
grupamento policial especial
-as Unidades Pacificadoras.
Na última quinta-feira, sete
supostos traficantes da Rocinha foram mortos em uma ação
que contou com 80 homens. O
objetivo da operação policial
era prender Antonio Francisco
Bonfim Lopes, o Nem, apontado como chefe do tráfico na Rocinha. Ele conseguiu fugir.
Em 2005, o goleiro Júlio César, atual titular da seleção brasileira, foi envolvido em uma
polêmica similar após ter uma
conversa grampeada com Erismar Rodrigues Moreira, o
Bem-Te-Vi, então chefe do tráfico da favela da Rocinha.
Em uma das conversas gravadas, Júlio César ligou para
Bem-Te-Vi dias depois de ter
testemunhado um assalto nas
proximidades da comunidade.
O goleiro descreveu como foi
o assalto e ouviu de Bem-Te-Vi
que deveria ter seguido os assaltantes, que fugiram em uma
moto, até a entrada da favela,
para que o chefe do tráfico pudesse identificá-los e puni-los.
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