São Paulo, terça-feira, 16 de março de 2010

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Após receber escolta do tráfico, Love irá depor

Atacante é filmado em baile com homens armados

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O atacante Vagner Love será chamado para depor na polícia após ser filmado em um baile funk, na favela da Rocinha (zona sul do Rio), escoltado por traficantes. O anúncio foi feito pelo chefe de polícia da capital, delegado Ronaldo Oliveira.
""Vamos fazer uma análise do que ocorreu lá e devemos indiciá-lo. Ninguém imagina que ele foi ao baile sem conhecer ninguém na comunidade", disse Oliveira, que já pediu as imagens mostradas anteontem no ""Fantástico", da Rede Globo.
O programa exibiu uma reportagem em que o atacante do Flamengo é recebido em um baile funk na Rocinha por traficantes armados. As imagens foram registradas no dia 27 de fevereiro, horas depois de o Flamengo ter vencido o Macaé por 4 a 1, com dois gols de Love.
Na Rocinha, o atacante foi levado ao lado de traficantes para a quadra, onde era realizado o baile funk. Ele deixou seu carro importado preto na entrada da favela e foi acompanhado por dois homens armados.
O jogador não deu entrevista ontem na Gávea. Treinou e foi direto para a concentração do Flamengo, que enfrenta a Universidad de Chile, pela Libertadores, amanhã. Dificilmente Love irá depor à polícia antes da partida em Santiago.
Para a Globo, o atacante disse que foi ao baile celebrar a vitória. Afirmou realizar programas sociais em comunidades carentes e manter contato com amigos antigos em favelas.
A Rocinha é a maior favela da zona sul. Ela e o Vidigal são as únicas comunidades da área que ainda não receberam um grupamento policial especial -as Unidades Pacificadoras.
Na última quinta-feira, sete supostos traficantes da Rocinha foram mortos em uma ação que contou com 80 homens. O objetivo da operação policial era prender Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, apontado como chefe do tráfico na Rocinha. Ele conseguiu fugir.
Em 2005, o goleiro Júlio César, atual titular da seleção brasileira, foi envolvido em uma polêmica similar após ter uma conversa grampeada com Erismar Rodrigues Moreira, o Bem-Te-Vi, então chefe do tráfico da favela da Rocinha.
Em uma das conversas gravadas, Júlio César ligou para Bem-Te-Vi dias depois de ter testemunhado um assalto nas proximidades da comunidade.
O goleiro descreveu como foi o assalto e ouviu de Bem-Te-Vi que deveria ter seguido os assaltantes, que fugiram em uma moto, até a entrada da favela, para que o chefe do tráfico pudesse identificá-los e puni-los.


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