São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Clube aluga espaços em sua arena

PALMEIRAS Despesa anual para relocar áreas será de R$ 3,7 milhões

EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

O Palmeiras comprou espaços no próprio estádio. O clube vai pagar pelo menos R$ 3,7 milhões anuais à WTorre pelo uso de dois camarotes, vagas no estacionamento, datas para jogos comemorativos e outros benefícios no Parque Antarctica, que está em reforma desde outubro do ano passado.
Os espaços serão renegociados pelo clube com algum patrocinador, que também poderá fazer jogos e eventos promocionais na arena.
Segundo apurou a reportagem da Folha, que na edição de ontem revelou detalhes do contrato entre o clube e a empresa, foi assinado um aditivo contratual pelo qual as duas partes se comprometem a negociar tais espaços.
Essa quantia será o valor mínimo a ser pago para a WTorre, que vai usufruir da arena por 30 anos. A quantia será descontada do percentual que cabe ao clube das receitas obtidas no estádio.
Ou seja, o Palmeiras terá de encontrar parceiros para usufruir dessas áreas e pagar o valor. Por exemplo: se conseguir repassar o patrocínio para uma empresa por R$ 5 milhões anuais, o clube ficará com R$ 1,3 milhão. Os R$ 3,7 milhões -quantia mínima estipulada no contrato- para WTorre são fixos.
O documento, assinado no início de 2009, previa que a Samsung, então patrocinadora do futebol do Palmeiras, tivesse prioridade na aquisição dos espaços, mas clube e empresa romperam.
O maior gasto será para a reserva de atividades corporativas. A WTorre terá de reservar ao menos 12 datas por ano e cobrará R$ 150 mil do Palmeiras por cada uma.
O documento foi assinado pelo então presidente, Afonso Della Monica, e pelo então diretor financeiro, Salvador Hugo Palaia. A reportagem não conseguiu localizá-los.
Advogados analisam o contrato firmado entre o Palmeiras e a WTorre. Nos próximos dias estará pronto um parecer, que será então analisado pelo atual presidente do clube, Arnaldo Tirone.
Conselheiros palmeirenses dizem que o contrato com a WTorre terá de ser renegociado. Segundo eles, conta com condições leoninas a favor da construtora, o que legalmente possibilitaria um destrato entre as partes.
Nesse cenário, porém, a preocupação entre os sócios é o fato de várias áreas já terem sido alvo de demolições, o que desalojou associados que anteriormente mantinham atividades no clube.
Sem uma opção no momento para substituir a WTorre, temem que o clube se mantenha parecido com um canteiro de obras.

FOLHA.com
Leia entrevista exclusiva com o ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo sobre a polêmica do estádio
folha.com/es889104


Texto Anterior: Jogadores vão e voltam de ônibus
Próximo Texto: Robinho aciona a Nike na Justiça
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.