|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Fábio Koff diz que projeto é 'autoritário' e afirma ter recebido seis propostas melhores do que a do ex-jogador
Líder do Clube dos 13
critica idéia de liga de Pelé
ROBERTO DIAS
MARCELO DAMATO
da Reportagem Local
O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, atacou ontem Pelé e seu
projeto de liga profissional de futebol para o Brasil.
""Essa atitude é bem típica dele,
autoritária, de cima para baixo.
Primeiro fez a lei sem ouvir ninguém, da cabeça dele. Agora quer
fazer a liga da cabeça dele também", disse o dirigente, referindo-se à Lei Pelé, que o ex-jogador fez
na época em que ocupou o cargo
de ministro dos Esportes.
O Clube dos 13 reúne 16 das principais equipes brasileiras. É ele que
negocia, por exemplo, os contratos
de transmissão do Campeonato
Brasileiro.
Conforme a Folha publicou no
domingo, as empresas de marketing esportivo Pelé Sports & Marketing e a Media Partners International, que tem sede em Milão, e a
GV Consult, braço da Fundação
Getúlio Vargas, assinaram uma
carta de intenções no início de dezembro para criar uma empresa
com o objetivo de fundar uma liga
nacional de futebol no século 21.
A crise econômica brasileira, no
entanto, esfriou os planos, que só
se tornaram possíveis graças às regulamentações na legislação esportiva introduzidas pela Lei Pelé.
Até agora, as negociações só envolveram os três parceiros. Nem a
Confederação Brasileira de Futebol nem os clubes haviam sido
contatados ainda.
Koff disse estar irritado pelo fato
de Pelé estar negociando uma liga
sem ter falado com os clubes.
""Com que clube ele falou? Ele falou com algum? Me diga", afirmou
à reportagem da Folha, nervoso.
"Quem é ele para apresentar projeto de liga? Ele pensa que, porque
foi o rei do futebol, é o rei de tudo.
Todo mundo é peão, e ele é o capataz. Isso deve ser bom para ele",
acrescentou o presidente do Clube
dos 13.
Em seguida, mais calmo, completou. ""Se ele quer fazer uma liga,
que discuta no fórum adequado,
que são os clubes. Se ele tem uma
proposta, que venha apresentá-la,
que venha ao Clube dos 13."
"Não é assim. Fecha com quatro,
cinco empresários e faz prevalecer
a vontade dele com os outros. Faz
uma carta de intenções e diz: eu tenho a solução para o futebol brasileiro. Não se discutem os problemas do futebol brasileiro no exterior", disse o dirigente.
Koff afirmou que o Clube dos 13
já recebeu ""seis propostas de liga,
todas melhores do que a do Pelé".
Mas, ao ser questionado sobre
quais as diferenças e os autores, recuou e disse que não tem ""nada tão
formalizado quanto essa, nada por
escrito".
Rejeição
Koff não foi o primeiro dirigente
ligado aos clubes a rejeitar o projeto de Pelé.
Anteontem, o vice-presidente de
futebol do Vasco, Eurico Miranda,
também criticara a idéia. "O Vasco
está fora dessa", declarou.
Por outro lado, Paulo Angioni,
coordenador da Parmalat para o
Palmeiras, apoiou a idéia. "As
equipes poderiam investir melhor", afirmou.
Já Hildo Nejar, delegado da Confederação Sul-Americana de Futebol no Brasil e diretor da Federação de Futebol do Estado do Rio,
afirmou que a liga só terá êxito se a
CBF apoiá-la.
""Tem de ter a chancela da CBF.
Isso segue um organograma: CBF,
Conmebol, Fifa", argumentou.
À TV Cultura, Pelé negou a notícia de que ele estaria próximo de
uma reconciliação com o presidente da CBF Ricardo Teixeira, de
quem é desafeto desde 1983.
Por meio da CBF, a Folha tentou
entrar em contato com Ricardo
Teixeira, que estava em Brasília,
para um encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso,
mas ele não retornou as ligações.
Texto Anterior: Basquete no mundo - Melchiades Filho: Como está, fica Próximo Texto: A frase Índice
|