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FUTEBOL
Descontentes com a prisão de zagueiro e com a estada extra no país, atletas e dirigentes aproveitam piscina do hotel
"Preso", Quilmes conta piada de brasileiro
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
As horas que antecederam a liberação de Desábato foram de ansiedade e revolta para seus companheiros. Dirigentes do Quilmes
passaram o dia no hall do hotel.
Só jornalistas argentinos foram
autorizados falar com eles.
A reportagem da Folha conseguiu permanecer no local, mas cada vez que abordava alguém ouvia: "Não vamos falar". Enquanto
esperavam Desábato, os dirigentes ficaram o tempo todo em pé,
disparando telefonemas.
O mesmo que fizeram desde a
prisão do zagueiro. Nos últimos
dois dias, gastaram o tempo no
restaurante, onde eram ouvidos
desabafos contra Grafite, o São
Paulo e as autoridades em meio a
piadas sobre brasileiros, segundo
relatos de funcionários do hotel.
As críticas recaíam sobre a espetacularização da prisão. Um dirigente brincou que temeu por sua
vida, dado o número de policiais.
Grande também era o descontentamento com a permanência
no Brasil. Jogadores e dirigentes
diziam que não viam a hora de
viajar. Para passar o tempo, além
do bate-papo, gastaram horas na
internet e na piscina.
Outra preocupação era o valor a
ser gasto. A diária custava a partir
de R$ 406. Para o Quilmes, o preço ficou em torno de US$ 60 (R$
157) por pessoa. Cerca de 35 argentinos ficaram no Brasil.
Os dirigentes chegaram a reclamar que não teriam dinheiro para
bancar tudo. E o hotel temeu pela
dívida, já que eles decidiram ficar
na última hora. Anteontem à noite, os argentinos arrumaram as
malas, mas não embarcaram.
A decisão fez a agência de viagens que armou a vinda do clube
se desdobrar para conseguir outros três vôos -às 19h05 e às 22h
de ontem e às 9h de hoje.
O clima no hotel só melhorou
com a chegada de Desábato, por
volta das 16h. Alguns jogadores o
esperavam no hall do hotel, mas
ele entrou por um portão lateral,
por onde também saiu após tomar um banho rapidamente.
Ele tinha ordem para não falar
com a imprensa. Com ele foi o
técnico Gustavo Alfaro, que, ao
sair com as malas, soltou um sorriso e um "finalmente". E a delegação foi para a piscina relaxar.
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