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COB corta verba extra no ano do Pan
Recursos da Lei Piva para confederações são menores em 2007, e Ministério do Esporte vai socorrê-las com repasse
Comitê admite fim de fundo extra, porém não confirma redução financeira; cartolas de entidades de porte mais modesto relatam problemas
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2007, ano pré-olímpico e
do Pan do Rio, o COB (Comitê
Olímpico Brasileiro) reduziu a
verba dada às confederações
esportivas para a preparação
técnica dos atletas em relação à
temporada anterior. E essa lacuna será compensada, pelo
menos em parte, por recursos
do Ministério do Esporte.
Dirigentes de confederações
de menor porte relataram que a
preparação para o Pan e para a
Olimpíada de Pequim poderia
ser afetada. Esportes com
maior estrutura sofrerão menos, segundo seus cartolas.
A queda nos repasses do COB
às entidades, com recursos da
Lei Piva (que destina aos comitês olímpico e paraolímpico
parte da arrecadação das loterias federais), deve ser de pelo
menos R$ 6 milhões, um sexto
do total de 2006. Era o valor do
Fundo Pan-Americano, que foi
extinto neste ano. Também
houve verba extra para a preparação visando o Pan em 2005.
O fim do recurso representa
descumprimento de promessa
do presidente do COB, Carlos
Arthur Nuzman, que dissera
que ele seria mantido em 2007.
Para amenizar o corte, o dirigente pediu socorro ao Ministério do Esporte. O ministro
Orlando Silva Jr. obteve parte
do dinheiro que foi pedido para
a preparação para o Pan.
A assessoria de imprensa da
pasta informou que a verba,
com valor ainda incerto, será liberada nos próximos dias. Ou
seja, o governo federal, que já é
o maior investidor no evento,
voltará a abrir os cofres.
Desde 2005, para a preparação para o Pan, o COB aumentou o repasse de dinheiro às
confederações. Naquele ano,
foram R$ 30,9 milhões, crescimento de 13% em relação a
2004. Pelo menos 20 das 26
confederações envolvidas no
Pan receberam mais dinheiro.
Para 2006, houve um aumento ainda maior. O total para as confederações chegou a
R$ 36,3 milhões, sendo R$ 7,8
milhões do Fundo de Reserva e
do Fundo Pan-Americano.
Esse número foi revelado na
prestação de contas do COB,
em assembléia na quarta-feira.
Na mesma reunião, informou-se que o Fundo Pan-Americano
havia acabado. E é incerto o uso
do Fundo de Reserva.
"Se disser que não nos afeta,
estaria mentindo. Tivemos
projetos em 2005 e 2006 que
foram beneficiados por essa
verba", contou o presidente da
confederação de lutas associadas, Pedro Gama Filho. "Vou
compensar com um patrocínio
extra que obtivemos neste
ano." Ele avalia que ganhará
cerca de R$ 475 mil em 2007,
valor similar ao de 2004. Com o
reforço, chegaria a R$ 700 mil.
"Isso ocorre [a queda de recursos] neste ano do Pan, em
que precisamos. Acho meio incoerente cair agora", contou
Celso Wolf Júnior, presidente
da confederação de badminton.
"Não estamos classificados para a Olimpíada ainda, mas
quem está pode ter uma desvantagem também."
Mas o presidente da confederação de boxe, Luiz Cláudio Boselli, discorda e acha a queda no
repasse normal. "A preparação
para o Pan servirá para a Olimpíada. Foi até antecipada."
Já o presidente da confederação de tênis, Jorge Lacerda da
Rosa, não crê em redução da
verba. "Apresentamos projeto
específico para treino permanente. Esperamos resposta."
Para 2008, ano da Olimpíada
de Pequim, não haverá um fundo especial de verbas, mas pode
haver um reforço. "A perspectiva é que haja Fundo de Reserva
para 2008", informa o COB.
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