São Paulo, segunda-feira, 16 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COB corta verba extra no ano do Pan

Recursos da Lei Piva para confederações são menores em 2007, e Ministério do Esporte vai socorrê-las com repasse

Comitê admite fim de fundo extra, porém não confirma redução financeira; cartolas de entidades de porte mais modesto relatam problemas

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2007, ano pré-olímpico e do Pan do Rio, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) reduziu a verba dada às confederações esportivas para a preparação técnica dos atletas em relação à temporada anterior. E essa lacuna será compensada, pelo menos em parte, por recursos do Ministério do Esporte.
Dirigentes de confederações de menor porte relataram que a preparação para o Pan e para a Olimpíada de Pequim poderia ser afetada. Esportes com maior estrutura sofrerão menos, segundo seus cartolas.
A queda nos repasses do COB às entidades, com recursos da Lei Piva (que destina aos comitês olímpico e paraolímpico parte da arrecadação das loterias federais), deve ser de pelo menos R$ 6 milhões, um sexto do total de 2006. Era o valor do Fundo Pan-Americano, que foi extinto neste ano. Também houve verba extra para a preparação visando o Pan em 2005.
O fim do recurso representa descumprimento de promessa do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, que dissera que ele seria mantido em 2007. Para amenizar o corte, o dirigente pediu socorro ao Ministério do Esporte. O ministro Orlando Silva Jr. obteve parte do dinheiro que foi pedido para a preparação para o Pan.
A assessoria de imprensa da pasta informou que a verba, com valor ainda incerto, será liberada nos próximos dias. Ou seja, o governo federal, que já é o maior investidor no evento, voltará a abrir os cofres.
Desde 2005, para a preparação para o Pan, o COB aumentou o repasse de dinheiro às confederações. Naquele ano, foram R$ 30,9 milhões, crescimento de 13% em relação a 2004. Pelo menos 20 das 26 confederações envolvidas no Pan receberam mais dinheiro.
Para 2006, houve um aumento ainda maior. O total para as confederações chegou a R$ 36,3 milhões, sendo R$ 7,8 milhões do Fundo de Reserva e do Fundo Pan-Americano.
Esse número foi revelado na prestação de contas do COB, em assembléia na quarta-feira. Na mesma reunião, informou-se que o Fundo Pan-Americano havia acabado. E é incerto o uso do Fundo de Reserva.
"Se disser que não nos afeta, estaria mentindo. Tivemos projetos em 2005 e 2006 que foram beneficiados por essa verba", contou o presidente da confederação de lutas associadas, Pedro Gama Filho. "Vou compensar com um patrocínio extra que obtivemos neste ano." Ele avalia que ganhará cerca de R$ 475 mil em 2007, valor similar ao de 2004. Com o reforço, chegaria a R$ 700 mil.
"Isso ocorre [a queda de recursos] neste ano do Pan, em que precisamos. Acho meio incoerente cair agora", contou Celso Wolf Júnior, presidente da confederação de badminton. "Não estamos classificados para a Olimpíada ainda, mas quem está pode ter uma desvantagem também."
Mas o presidente da confederação de boxe, Luiz Cláudio Boselli, discorda e acha a queda no repasse normal. "A preparação para o Pan servirá para a Olimpíada. Foi até antecipada."
Já o presidente da confederação de tênis, Jorge Lacerda da Rosa, não crê em redução da verba. "Apresentamos projeto específico para treino permanente. Esperamos resposta."
Para 2008, ano da Olimpíada de Pequim, não haverá um fundo especial de verbas, mas pode haver um reforço. "A perspectiva é que haja Fundo de Reserva para 2008", informa o COB.


Texto Anterior: Maradona: Médico deixa ídolo ver Boca Juniors pela TV
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.