São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002

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FUTEBOL

Ex-projetista mecânico terá a missão de recuperar o setor crítico do time

Oliveira confia defesa do São Paulo a irmão curinga

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Oswaldo de Oliveira, 51, vai entregar parte da missão de recuperar a defesa do São Paulo, setor crítico do time nesta temporada, ao irmão Waldemar de Oliveira, 48, seu auxiliar e curinga da nova comissão técnica.
Waldemar tem o currículo mais diversificado entre os assessores do treinador são-paulino, mas nunca atuou como zagueiro.
Oliveira o considera a pessoa certa para ajudá-lo a resolver os problemas da defesa, que teve uma média de dois gols sofridos por jogo no Torneio Rio-SP.
O fato de não conseguir corrigir as seguidas falhas do setor defensivo foi um dos motivos que fizeram a diretoria a optar pela saída do técnico Nelsinho Baptista.
"O Waldemar é especialista em treinar defesas. Ele faz trabalhos específicos com os defensores", afirmou Oswaldo de Oliveira.
O irmão do treinador é uma espécie de faz-tudo da nova comissão técnica e já teve diversas experiências profissionais.
Waldemar foi campeão de atletismo na adolescência e chegou a jogar futebol no início década de 70, como júnior do Vasco -ao lado de Roberto Dinamite. Foi atacante, volante, meia e lateral, mas abandonou a carreira aos 18 anos. Depois estudou engenharia mecânica e foi projetista mecânico trabalhando para a Petrobras.
Na década de 80, abandonou o curso de engenharia mecânica para estudar educação física.
Após seu retorno ao futebol, o irmão do treinador são-paulino ocupou quase todos os cargos possíveis numa comissão técnica. Foi técnico, treinador de goleiros, observador e preparador físico. Esteve dez anos no exterior.
No ano passado, aceitou o convite para trabalhar como auxiliar técnico e observador do irmão no Fluminense. Ambos foram demitidos após as eliminações no Rio-São Paulo e na Copa do Brasil.
"Procuro usar todos os conhecimentos que tive, em diversas áreas, na hora do treinamento. Até o fato de eu ter sido campeão de atletismo ajuda", afirmou o auxiliar técnico de Oliveira.
Apesar da missão delegada pelo novo treinador do São Paulo, Waldemar rejeita o rótulo de especialista no setor defensivo. "Não gostaria de ser conhecido dessa forma, mas admito que gosto muito de fazer esse trabalho específico com os defensores."
Nos treinos, ele separa os jogadores de defesa e simula situações que costumam ocorrer nos jogos.
A primeira missão de Waldemar é motivar os defensores antes do jogo com o Palmeiras, no domingo, em São Caetano, pelas semifinais do Supercampeonato Paulista. Por causa das constantes falhas, a maioria dos zagueiros pode deixar o clube. Emerson será devolvido à Lusa. Wilson e Reginaldo também podem sair.
"Às vezes, os erros do time sobrecarregam a defesa. Quando acontecem muitos gols, a culpa sempre sobra para a defesa", declarou Waldemar.
Ele também terá a função de observar os rivais do time do Morumbi e treinar os reservas, ao lado de alguns juniores da equipe.
Oliveira diz não temer ser criticado por pedir a contratação de seu irmão. "Nós dormimos mais de 20 anos no mesmo quarto. Ele é uma pessoa que tem toda a minha confiança", disse o treinador.



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