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AÇÃO
(Só) Pinta de campeão
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Em apenas quatro edições, o
Billabong Pro Tahiti já se tornou o mais aguardado evento do
Circuito Mundial de Surfe, WCT.
Isso mesmo sendo uma etapa do
início da temporada. O motivo é
que o que falta em tradição sobra
em desafio, em emoção.
A prova ocorre na tubular, pesada e rápida, mas perfeita, onda
de Teahupoo, que tira o sono dos
que sonham em ficar envolvidos
nos seus profundos cilindros e dos
que têm pesadelos com suas cavernas de corais afiados.
Mark Occhilupo está entre os
que não dormem de ansiedade,
de vontade de encarar a onda taitiana. Foi lá, em 1999, que ele venceu a primeira edição da competição e disparou para o merecido
título mundial. Já a insônia de
Neco Padaratz deve vir do trauma no campeonato de 2000,
quando ficou preso no fundo de
um coral e foi resgatado graças ao
seu capacete verde-limão, que
contribuiu para sua localização.
Occy estava em tratamento para dores nas costas. E o brasileiro
Danilo Costa, primeiro suplente
pelo WQS, foi para o Taiti na expectativa de ocupar sua vaga na
prova. O australiano, porém, não
abriu mão da chance de enfrentar
o desafio. Neco, por sua vez, preferiu ficar no Brasil. Ele está com algum tipo de dor, não forte o bastante para impedi-lo de surfar em
Florianópolis, mas sim em Teahupoo, onde não mais voltou depois do incidente de 2000.
A terceira etapa do Tour 2002
começou mantendo a escrita. Antes mesmo de a primeira bateria
ter início, ondas de 10 a 12 pés se
encarregaram de virar um barco
da organização e enterrar seu
motor. Guilherme Herdy, especialista em tubos para a esquerda,
não teve melhor sorte, foi atropelado por um deles e saiu todo lanhado e com o tímpano furado de
volta para o Brasil. E o atual campeão mundial, C. J. Hobgood,
apesar de precisar de resgate logo
na primeira fase, não se intimidou e chegou ao quinto lugar.
Em quinto também ficou Peterson Rosa, o melhor brasileiro no
Taiti. Na primeira fase, despachou Kelly Slater e Mick Fanning
e foi responsável por alguns dos
mais profundos tubos de backside. Paulo Moura e Victor Ribas ficaram em nono.
No fim de semana, com ondas
de três a cinco pés, foram as mulheres que entraram na água. Jacqueline Silva ficou em nono, e Tita Tavares, em quinto, entre as 18
competidoras. A havaiana Keala
Kenelly deu uma escovada na tetracampeã mundial Layne Beachley na final e conquistou, pela
segunda vez, o WCT do Taiti.
Sem perspectiva de o mar voltar
a subir, as baterias decisivas no
masculino aconteceram na segunda-feira. Trent Munro e Kalani Robb ficaram nas semifinais.
Valendo US$ 30 mil e 1.200 pontos no ranking, a bateria decisiva
teve duração de 40 minutos, dos
quais Luke Egan, 32, dominou 39.
Só nos últimos segundos Andy
Irons, 23, pegou a onda decisiva e
virou a bateria a seu favor. A vitória, a segunda consecutiva neste
ano, colocou o havaiano em primeiro lugar no ranking, com confortáveis 1.020 pontos de vantagem sobre Cory Lopez (2.112 pontos), segundo colocado. Se já era
apontado como sério candidato
ao título antes da temporada,
agora, com duas vitórias em três
provas, pinta como campeão.
Já o brasileiro, um dia apontado como a maior esperança de
trazer o mundial profissional para o país, preferiu ficar em casa.
Se liga Neco.
Brasileiros no Canadá
Por apenas um ponto de vantagem sobre o americano Erick Koston, Rodil "Ferrugem" de Araújo venceu a tradicional etapa do
WCS, o Mundial de Skate, na street. Na vertical, Sandro "Mineirinho" Dias repetiu o resultado da etapa anterior, terceiro, e está entre os líderes do ranking.
Patrocínio
Responsável por 4 das 12 etapas do WCT (Taiti, África do Sul, Espanha e EUA), a Billabong confirmou a realização das duas seletivas sul-americanas do Mundial Júnior no Brasil. Em parceria com
a Nutrimental, a primeira prova será em Maresias (SP), em julho.
Kitesurfe
Hoje, às 20 horas, na Gzero Store, Vitor Marçal fará uma palestra
sobre kite e foilboard, além de apresentar os novos modelos de
pranchas de Jimmy Lewis.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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