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FUTEBOL
Dirigentes e atletas criticam estilo do time após fracasso na Libertadores
Geninho torna-se o vilão da eliminação corintiana
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio à ressaca causada pela
eliminação na Libertadores, o trabalho de Geninho começa a ser
contestado por dirigentes e até jogadores do Corinthians.
Ontem, um dia após a derrota
por 2 a 1 para o River Plate, sobraram críticas à maneira de jogar do
time e saudades dos tempos de
Carlos Alberto Parreira no clube.
Entre os pecados de Geninho
estariam o fato de enervar mais o
time do que acalmá-lo, não coibir
a violência, perder a qualidade
nos passes e errar ao substituir.
A precisão nas trocas de bola e o
"fair play" foram marcas registradas do clube nas conquistas da
Copa do Brasil e do Rio-São Paulo, ambas em 2002, com Parreira.
Para Geninho, a "inexperiência" do time, "principalmente na
Libertadores", foi uma das principais causas da eliminação nas oitavas-de-final. Mas o argumento
não convence a todos no clube.
O capitão Fábio Luciano foi o
primeiro a discordar. "Nossos jogadores já fizeram várias finais e
não são inexperientes", disse ele,
anteontem, ao lado de Geninho.
Para o treinador, a "ansiedade
dos atletas tomou rumo negativo,
e o time sofreu emocionalmente".
Porém, para os dirigentes, o problema foi muito mais com a bola
nos pés do que na cabeça.
Tanto que o vice de futebol, Antonio Roque Citadini, descartou
contratar um psicólogo -o técnico deixara aberta a hipótese de fazer esse pedido. "Não é um psicólogo que vai corrigir os defeitos da
equipe. Não é trabalho de psicólogo fazer o time acertar passes."
Enquanto Geninho acredita que
a juventude de alguns atletas fizeram o time sucumbir diante da
catimba argentina, o dirigente crê
que a equipe deixou o futebol em
segundo plano. "Os brasileiros
têm mania de encarar os argentinos como se fossem bárbaros que
vão nos invadir. Se preparam para
catimba, para malandragem, mas
têm que se preparar para jogar."
Os corintianos afirmaram que
seriam malandros, mas perderam
Roger e Fabinho, expulsos.
A cúpula corintiana não gostou
de ver Geninho gritando "pega"
para Roger, segundos antes de ele
acertar D"Alessandro e receber o
vermelho, quando o jogo estava 1
a 1. A atitude, que partiu de quem
deveria tranquilizar o time, teria
deixado a equipe mais nervosa, na
opinião de alguns dirigentes.
"Jogador brasileiro não sabe dar
porrada. A gente deveria ter entrado só para jogar bola", disse o
volante Fabrício. Geninho falou
que, ao gritar "pega", pediu apenas que o lateral marcasse o rival.
Para Gil, faltou um líder, que
poderia ter sido Vampeta. O volante se recupera de cirurgia e não
deve voltar a jogar neste ano.
"Com o Vampeta, talvez as coisas
fossem diferentes. Ele poderia ter
feito o nosso time ter mais a posse
de bola", declarou Geninho.
A diretoria crê na reabilitação e
não fará mudanças no time. Não
houve pressão da torcida ontem.
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