São Paulo, domingo, 16 de maio de 2010 |
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JUCA KFOURI Por uma cabeça
NOS ANOS 50 , aos 36, Zizinho chegou para comandar o tricolor na conquista do título paulista de 1957, fazendo o time correr e segurando a bola quando era preciso. Mesmo em fim de carreira, ele esbanjou futebol. Antes, na década dos 40, Leônidas da Silva e Sastre, já trintões, também fizeram a diferença, essenciais para que o São Paulo conquistasse cincos títulos estaduais. Já nos anos 70, depois da estiagem causada pelo esforço para erguer o estádio do Morumbi, eis que chegou outro trintão, Gérson, para liderar a conquista do bicampeonato paulista do clube em 1970/71. Mais curta e nem tão bem-sucedida, mas, de qualquer jeito, com o título de 1985, Falcão foi outro que trouxe sua classe e experiência de fora de série ao mais vitorioso clube do futebol nacional, então com os mesmos 32 anos de Fernandão, talhado para repetir a história como festa, não como tragédia. Festa como, nos anos 90, transformou-se a passagem de Toninho Cerezo, aos 37, pelo Morumbi, do mesmo modo que a de Amoroso, aos 31, na primeira década deste século 21. Porque Fernandão impressionou em suas rápidas, cirúrgicas e eficazes participações logo na estreia no surpreso Mineirão. Como fazia Sócrates, o irmão de Raí (apenas para citar alguém que brilhou bem mais jovem no tricolor mas que tinha características semelhantes), Fernandão é daqueles talentos que não precisam jogar 90 minutos, porque são capazes de resolver um jogo em cinco, ou em três toques, como ele fez ao virtualmente botar o São Paulo nas semifinais da Libertadores da América. Um toque para Marlos deixar Dagoberto na cara do gol. Outro de calcanhar para Hernanes ampliar e mais uma jogada que redundou em pênalti não assinalado pela arbitragem. Para que mais? Quando Fernandão chegou houve quem, não sem razão, perguntasse qual Fernandão chegava, se o extraordinário campeão pelo Inter ou o recentemente opaco do Goiás. Parece que nem um nem outro, embora possa trazer resultados semelhantes aos obtidos no Sul. O que está claro é que, com coadjuvantes que o entendam (o que não havia no Goiás), ele nem precisa da exuberância da juventude que mostrava no Internacional. E esses parceiros o São Paulo tem, a começar pelo goleiro que, a exemplo de Fernandão, sabe que futebol é um esporte que se ganha muito mais com a cabeça do que com os pés ou com as mãos. E já pensou um embate entre São Paulo e Inter com Fernandão de camisa tricolor? Timaço de maio A seleção dos nascidos em maio: Taffarel (8), Daniel Alves (6), Lúcio (8), Baresi (8) e Nilton Santos (16); Dino Sani (23), Iniesta (11), Raí (15) e Bergkamp (10); George Best (22) e Roger Milla (20). E com direito a escolha de craques como Zé Maria, o Super Zé, Passarella, Frank de Boer, Sorín, Pirlo, Beckham, Tigana, Gerrard, Cantoná, entre outros. Mas maio marca, também, a morte do querido primeiro ídolo deste colunista, o ponta-direita Cláudio Christovam de Pinho, aos 77; do Mestre Didi, aos 72, e de Ademir de Menezes, aos 73. blogdojuca@uol.com.br Texto Anterior: Tênis: Federer e Nadal se reencontram após um ano Próximo Texto: Em Mônaco, Webber, de novo, anda na frente Índice |
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