EDUARDO ARRUDA
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O último treino tático do Corinthians antes de enfrentar o Grêmio na decisão da Copa do Brasil, ontem, foi tumultuado pela presença de um espião do rival.
Cléber Xavier, da comissão técnica gremista, só foi descoberto e retirado do local por seguranças, após uma hora e 20 minutos de treino, ao ser reconhecido por um jornalista gaúcho.
Encolhido no alto das arquibancadas do Parque São Jorge, usando óculos escuros, atrás do gol em que os titulares atacavam, ele tentava desvendar os segredos corintianos para amanhã.
Enquanto tentavam entrevistá-lo, Wanderley Luxemburgo suspeitou que algo estranho acontecia. Imediatamente, interrompeu o treinamento. Em seguida, seguranças corintianos subiram a arquibancada para retirar o espião.
Assustado ao ser reconhecido, ele foi arrastado pelos guarda-costas até ficar espremido em uma parede, atrás das numeradas. "Estou sendo agredido, estão me chutando", afirmou, antes de ser levado para uma sala do clube.
No momento em que Xavier era retirado, Luxemburgo fez críticas à estratégia gremista. "Isso é uma falta de ética muito grande. Jamais mandaria alguém acompanhar o treino do adversário."
Ele disse que pediu aos funcionários do clube que retirassem o espião "com todo o cuidado".
Antes de ser descoberto, Xavier presenciou algumas das surpresas que Luxemburgo preparava.
Numa das jogadas, Marcelinho e Ricardinho se revezaram nas cobranças de falta, pelos lados da área. Um cobrava para Muller, na área, enquanto o outro corria para receber a bola e chutar para o gol. Em nove tentativas, foram marcados dois gols.



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