São Paulo, domingo, 16 de junho de 2002

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OITAVAS/ ONTEM

Time pressiona Paraguai, que segurava 0 a 0, e marca aos 43min do 2º tempo

Persistência alemã é premiada com vitória

ROBERTO DIAS
ENVIADO ESPECIAL A SEOGWIPO

A Alemanha jogou as tendências no lixo para vencer o Paraguai e se classificar para as quartas-de-final da Copa-2002.
Num Mundial que vê uma queda brutal de gols nos finais dos jogos, os alemães esperaram até os 43min do segundo tempo para demarcar sua vitória por 1 a 0.
Foi o triunfo da insistência: depois de martelar a lateral esquerda paraguaia durante todo a partida, os alemães tiveram sucesso num cruzamento por baixo de Schneider para Neuville, que se antecipou a Ayala e completou.
Foi a derrota da enrolação: o Paraguai não escondeu sua vontade de arrastar ao máximo a partida, para aproveitar o desgaste do rival sob os 25C de Seogwipo.
"Os paraguaios jogaram tudo para sair com um 0 a 0", afirmou Neuville, autor do gol que fez Cesare Maldini lamentar a segunda eliminação seguida em Copa antes da semifinal. "O jogo foi disputado no meio-campo, mas de repente eles deram uma escapada pela direita", disse o técnico, que deixará o comando da equipe.
A surpresa com o lance que definiu um jogo que se encaminhava para a prorrogação não é só dos paraguaios, que novamente voltam para casa sem conseguir passar do quarto jogo em Copas.
O esquadrinhamento dos gols marcados até agora na Ásia deixa claro que o intervalo entre os 30min e 45min do segundo tempo é bem menos propício a gols do que no último Mundial.
Na primeira fase desta Copa, o intervalo concentrou 19,2% dos gols feitos, contra um índice de 28,6% de quatro anos atrás -ou seja, os gols que "fugiram" desse momento do jogo se espalharam pelo restante da partida.
O feito de Neuville, jogador de 29 anos, dá motivos para otimismo com a nova geração alemã, que se prepara para jogar a próxima Copa do Mundo em casa.
A seleção já assegurou a melhor campanha dos últimos 28 anos de um organizador da Copa no torneio anterior ao seu. Mais do que conseguiram Japão, Coréia do Sul, França e EUA, as últimas sedes, nos Mundiais que usaram como preparatórios -nenhum deles chegou à segunda fase.
Feitos históricos à parte, os alemães sofreram ontem.
"No primeiro tempo, realmente não houve futebol. Nós apenas chutávamos a bola para frente, assim como o Paraguai", definiu o técnico Rudi Voeller -seu time não acertou o gol rival na etapa.
A Alemanha, que jogou sem três titulares, suspensos, só subiu de produção na segunda etapa, mas aí quem apareceu foi Chilavert.
Ao final, após o gol, Voeller colocou mais um atacante, uma substituição muito especial: Asamoah, nascido em Gana, tornou-se o primeiro negro a jogar com a camisa alemã em uma Copa.
Após melhorar seu já bom retrospecto contra sul-americanos -em 18 partidas de Copa, só perdeu uma vez-, o time espera o vencedor de México x EUA.
O desafio no sábado será um pouco maior para a Alemanha: nos dois últimos Mundiais, caiu nessa fase. Na última vez que passou, foi campeã, em 1990.



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