São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2010

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África pode render mais, diz Parreira

Treinador aposta no "brasileiro" Tshabalala hoje contra o Uruguai e diz que seleções africanas estão devendo

FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A PRETÓRIA

Técnico da África do Sul, o brasileiro Carlos Alberto Parreira foi ontem a primeira personalidade do futebol a expressar em público uma fala com a qual a maioria dos africanos deve concordar: os times "da casa" estão decepcionando até aqui.
"As equipes africanas estão devendo um pouco. Todas elas têm condições de render mais", disse, em entrevista sobre o jogo crucial da sua equipe contra o Uruguai, em Pretória, hoje às 15h30, pela segunda rodada.
Dos seis times africanos, três perderam seus primeiros jogos (Camarões, Nigéria e Argélia), dois empataram (África do Sul e Costa do Marfim) e apenas Gana venceu.
Segundo Parreira, a pouca quantidade de gols nos primeiros jogos é normal e não serve como indicador para uma competição morna.
"É cedo demais. Nos primeiros jogos, há muita tensão, para times grandes e pequenos. A Copa do Mundo começa para valer depois da primeira fase", afirmou.
Após o empate por 1 a 1 com o México, os Bafana Bafana precisam vencer a segunda partida. "Será um jogo aberto, para nós e para eles."

MUDANÇA DE FILOSOFIA
O técnico afirmou que fará uma ou no máximo duas mudanças na equipe, mas não revelou quais. De qualquer forma, revelou, o time terá um espírito diferente.
"A abordagem e a filosofia do jogo serão um pouco diferentes. Será uma batalha entre a nossa técnica e a defesa forte do Uruguai", disse.
Fica claro, em suas declarações, que o jogador em que mais aposta é o atacante Tshabalala, autor do gol na estreia. "Ele parece brasileiro. Tem criatividade, faz gols e trabalha duro", disse.
Parreira espera forte posicionamento defensivo do Uruguai, com o atacante Diego Forlán sendo o único com mais liberdade. "Você não pode deixá-lo sozinho."
O treinador foi sucinto ao dar sua opinião sobre dois "personagens" polêmicos desta Copa: as vuvuzelas e a bola Jabulani. "Amo os dois", declarou. "A vuvuzela é parte da cultura africana, estamos acostumados com ela", completou Parreira.
Quanto à bola, disse que não tem problema com ela.
"Não estou recebendo dinheiro da Adidas [fabricante da Jabulani] para dizer isso, embora eu tenha um contrato com a Adidas", brincou.


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