|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
África pode render mais, diz Parreira
Treinador aposta no "brasileiro" Tshabalala hoje contra o Uruguai e diz que seleções africanas estão devendo
FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A PRETÓRIA
Técnico da África do Sul, o
brasileiro Carlos Alberto Parreira foi ontem a primeira
personalidade do futebol a
expressar em público uma
fala com a qual a maioria dos
africanos deve concordar: os
times "da casa" estão decepcionando até aqui.
"As equipes africanas estão devendo um pouco. Todas elas têm condições de
render mais", disse, em entrevista sobre o jogo crucial
da sua equipe contra o Uruguai, em Pretória, hoje às
15h30, pela segunda rodada.
Dos seis times africanos,
três perderam seus primeiros
jogos (Camarões, Nigéria e
Argélia), dois empataram
(África do Sul e Costa do Marfim) e apenas Gana venceu.
Segundo Parreira, a pouca
quantidade de gols nos primeiros jogos é normal e não
serve como indicador para
uma competição morna.
"É cedo demais. Nos primeiros jogos, há muita tensão, para times grandes e pequenos. A Copa do Mundo
começa para valer depois da
primeira fase", afirmou.
Após o empate por 1 a 1
com o México, os Bafana Bafana precisam vencer a segunda partida. "Será um jogo
aberto, para nós e para eles."
MUDANÇA DE FILOSOFIA
O técnico afirmou que fará
uma ou no máximo duas mudanças na equipe, mas não
revelou quais. De qualquer
forma, revelou, o time terá
um espírito diferente.
"A abordagem e a filosofia
do jogo serão um pouco diferentes. Será uma batalha entre a nossa técnica e a defesa
forte do Uruguai", disse.
Fica claro, em suas declarações, que o jogador em que
mais aposta é o atacante
Tshabalala, autor do gol na
estreia. "Ele parece brasileiro. Tem criatividade, faz gols
e trabalha duro", disse.
Parreira espera forte posicionamento defensivo do
Uruguai, com o atacante Diego Forlán sendo o único com
mais liberdade. "Você não
pode deixá-lo sozinho."
O treinador foi sucinto ao
dar sua opinião sobre dois
"personagens" polêmicos
desta Copa: as vuvuzelas e a
bola Jabulani. "Amo os
dois", declarou. "A vuvuzela
é parte da cultura africana,
estamos acostumados com
ela", completou Parreira.
Quanto à bola, disse que
não tem problema com ela.
"Não estou recebendo dinheiro da Adidas [fabricante
da Jabulani] para dizer isso,
embora eu tenha um contrato com a Adidas", brincou.
Texto Anterior: Levante de Soweto move sul-africanos Próximo Texto: Maradona muda foco em treino Índice
|