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NATAÇÃO
Thiago cai na piscina para passar Mark Spitz
Brasileiro nada 8 provas e pode bater o americano, dono de 5 ouros em um Pan
Atleta de 21 anos inaugura hoje no Parque Aquático Maria Lenk, na prova dos 400 m medley, a busca
do recorde de vitórias
DA ENVIADA AO RIO
Em Winnipeg, há exatos 40
anos, surgia um atleta franzino,
ainda sem o marcante bigode,
que assombraria o mundo.
Com apenas 17 anos, o nadador norte-americano Mark
Spitz deixou a piscina do Pan-Americano com cinco ouros.
Hoje, outro jovem nadador
estréia na piscina do Rio flertando com a história. Escalado
para nadar oito provas, Thiago
Pereira pode se tornar o maior
vencedor de uma mesma edição do Pan e superar o feito da
maior lenda da natação.
"É verdade? Nem sabia desse
recorde. Minha meta era tentar
ganhar mais ouros do que o
Scherer [quatro medalhas em
Winnipeg-1999]", afirmou ele.
Thiago ganhou uma ajuda
extra da equipe brasileira. Inicialmente, iria nadar sete provas, mas deve ser escalado para
a eliminatória dos 4 x 100 m livre. O atleta não nadará a final,
mas herdará a medalha -o
quinto nadador é premiado.
"Sei que agora é comigo. Eu
treinei para isso", declarou o
brasileiro ontem, após o treino
da manhã.
Hoje, ele disputa os 400 m
medley. Ainda estão no seu
programa 100 m e 200 m costas, 200 m peito, 200 m medley,
4 x 100 m medley, 4 x 200 m livre e 4 x 100 m livre.
O técnico Fernando Vanzella
teve cuidado especial com Pereira no último ano. Até as
broncas foram mais amenas.
"Eu abordava as falhas de
uma forma diferente, mais
construtiva. Mas não tive problemas. É ótimo trabalhar com
o Thiago. Ele reclama, é sarcástico até, mas sempre se dedica."
Sua preocupação era diminuir a pressão sobre pupilo. Ele
crê que a tática funcionou.
Thiago concorda. "Nesse período antes do Pan, as pessoas chegam e já me perguntam se eu
vou ganhar todas as medalhas.
Tive de aprender a lidar com isso. Estou tranqüilo."
Fisicamente, Thiago também respondeu bem aos treinos na altitude, no mês passado. Segundo exames feitos pela
confederação brasileira, o carioca tem a melhor recuperação de todos os brasileiros.
O teste mede o ácido lático
que o corpo produz durante o
exercício e sua capacidade de
eliminar a substância, que pode
ser tóxica. "Os níveis dele são
inéditos para um nadador de
400 m medley, que é uma prova
desgastante", disse o diretor
médico da CBDA Marcus Bernhoeft.
(MARIANA LAJOLO)
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