São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

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NATAÇÃO

Thiago cai na piscina para passar Mark Spitz

Brasileiro nada 8 provas e pode bater o americano, dono de 5 ouros em um Pan

Atleta de 21 anos inaugura hoje no Parque Aquático Maria Lenk, na prova dos 400 m medley, a busca do recorde de vitórias

DA ENVIADA AO RIO

Em Winnipeg, há exatos 40 anos, surgia um atleta franzino, ainda sem o marcante bigode, que assombraria o mundo.
Com apenas 17 anos, o nadador norte-americano Mark Spitz deixou a piscina do Pan-Americano com cinco ouros.
Hoje, outro jovem nadador estréia na piscina do Rio flertando com a história. Escalado para nadar oito provas, Thiago Pereira pode se tornar o maior vencedor de uma mesma edição do Pan e superar o feito da maior lenda da natação.
"É verdade? Nem sabia desse recorde. Minha meta era tentar ganhar mais ouros do que o Scherer [quatro medalhas em Winnipeg-1999]", afirmou ele.
Thiago ganhou uma ajuda extra da equipe brasileira. Inicialmente, iria nadar sete provas, mas deve ser escalado para a eliminatória dos 4 x 100 m livre. O atleta não nadará a final, mas herdará a medalha -o quinto nadador é premiado.
"Sei que agora é comigo. Eu treinei para isso", declarou o brasileiro ontem, após o treino da manhã.
Hoje, ele disputa os 400 m medley. Ainda estão no seu programa 100 m e 200 m costas, 200 m peito, 200 m medley, 4 x 100 m medley, 4 x 200 m livre e 4 x 100 m livre.
O técnico Fernando Vanzella teve cuidado especial com Pereira no último ano. Até as broncas foram mais amenas.
"Eu abordava as falhas de uma forma diferente, mais construtiva. Mas não tive problemas. É ótimo trabalhar com o Thiago. Ele reclama, é sarcástico até, mas sempre se dedica."
Sua preocupação era diminuir a pressão sobre pupilo. Ele crê que a tática funcionou. Thiago concorda. "Nesse período antes do Pan, as pessoas chegam e já me perguntam se eu vou ganhar todas as medalhas. Tive de aprender a lidar com isso. Estou tranqüilo."
Fisicamente, Thiago também respondeu bem aos treinos na altitude, no mês passado. Segundo exames feitos pela confederação brasileira, o carioca tem a melhor recuperação de todos os brasileiros.
O teste mede o ácido lático que o corpo produz durante o exercício e sua capacidade de eliminar a substância, que pode ser tóxica. "Os níveis dele são inéditos para um nadador de 400 m medley, que é uma prova desgastante", disse o diretor médico da CBDA Marcus Bernhoeft. (MARIANA LAJOLO)


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